Epidemiologia de Doenças Radiculares na Cultura do Coentro no Município de Arapiraca-AL

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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROTEÇÃO DE
PLANTAS

MÉRCIA DE FREITAS FERREIRA

EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS RADICULARES NA CULTURA DO COENTRO
NO MUNICIPIO DE ARAPIRACA-AL

RIO LARGO-AL
2013

MÉRCIA DE FREITAS FERREIRA

EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS RADICULARES NA CULTURA DO COENTRO
NO MUNICIPIO DE ARAPIRACA-AL

Dissertação
apresentada
à
Universidade Federal de Alagoas
como parte das exigências do
programa de Pós-Graduação em
Proteção de Plantas, para obtenção
do título de Magister Scientiae, na
área de Fitopatologia.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Brainer Martins
Co-orientador: Prof. Dr. Gaus Silvestre de A. Lima

RIO LARGO-AL
2013

TERMO DE APROVAÇÃO

EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS RADICULARES NA CULTURA DO COENTRO
NO MUNICIPIO DE ARAPIRACA-AL
MÉRCIA DE FREITAS FERREIRA
Matrícula: 111304
Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Proteção de Plantas, do
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, como requisito parcial para
a obtenção do grau de mestre, tendo sido aprovada pela seguinte Banca Examinadora:

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Brainer Martins
Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca

Examinador 1: Profa. Dra. Marissônia Araujo Noronha
EMBRAPA Tabuleiro Costeiro

Examinador 2: Prof. Dr. Antônio Lucrécio dos Santos Neto
Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca

RIO LARGO-AL
01 de Março de 2013

DEDICO

A Deus, que é meu porto seguro que sempre me conduz ao caminho do bem me iluminando e
protegendo, sem ti jamais teria chegado onde cheguei ‘...mas para os que esperam no
Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias correm e não se cansam,
caminham e não se fatigam’ (Isaias 40-31).
Aos meus amados pais Maria e Manoel por todo seu amor incondicional, apoio, dedicação,
pelos ensinamentos, educação, pela compreensão nos momentos difíceis e pelo incentivo em
prosseguir.

OFEREÇO

Aos meus familiares que mesmo apesar da distância sempre me apoiaram, em especial as
minhas irmãs Márcia, Mônica, Magali, Michele e Manuela, aos meus irmãos Marcos,
Marcílio e Marlon, a todos os sobrinhos (as) Helena Beatriz, Maria Cecília, Maria Eduarda,
Helena Sophia, Evelyn Bianca, João Miguel, Pedro, João Victor e João Gabriel e aos
cunhados (as) Jacilene, Ana e Amanda, Carmélio, Júnior, Neto, Alexandre e Felipe e a todos
os meus amigos (as) uns bem de perto... Uns de longe... E outros de bem longe...

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter proporcionado saúde e força para realizar este trabalho, pela presença
e proteção constante e por se fazer parte essencial na minha vida.
Á Universidade Federal de Alagoas (UFAL), à Unidade Acadêmica Centro de
Ciências Agrárias (CECA) e à Unidade Acadêmica de Arapiraca (Laboratório de
Fitopatologia), pela oportunidade da realização do curso de mestrado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa.
Ao Prof. Dr. Ricardo Brainer Martins, pela orientação, paciência, amizade e pelos
ensinamentos valiosos que foram imprescindíveis para realização desta pesquisa e para minha
formação profissional.
Ao Prof. Dr. Gaus Silvestre A. Lima e à Profª. Drª. Iraildes P. Assunção, por todo o
apoio, sobretudo pelo respeito e admiração.
Aos professores que compõem o programa de Pós-Graduação em Proteção de Plantas:
Edna Peixoto, Fátima, Marcelo, Sônia, Roseane, Adriana, Gildemberg, Siumar, Edmilson,
pelos ensinamentos transmitidos durante todo o mestrado.
À Secretaria do curso da Pós-Graduação, nas pessoas de Geraldo Lima, Marcos
Antônio e Rinaldo Barros e Michelle Melo.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela formação oferecida no curso de
graduação, em especial ao Prof. Dr. Sami Jorge Michereff por ter contribuído na formação do
meu caráter profissional, pela amizade, profissionalismo e pelos conhecimentos transmitidos.
Ao pessoal do setor de transporte do CECA, Sr. Gilberto e aos motoristas Rogério e
Willamis e ao setor de transporte do campus Arapiraca, Sr. Carlos e aos motoristas Sr. Luiz e
Leo pelo profissionalismo e pontualidade.
Aos agricultores das áreas de plantios comerciais de coentro na zona rural de
Arapiraca, em especial aos Srs. Miguel, Manoel, José, Leonardo, José Lourenço, Expedito,
Luciano, Israel, Paulo e Srª. Vilma pela receptividade e confiança por permitirem a realização
deste trabalho em suas propriedades.
Aos professores da Clínica Fitossanitária do (CECA), Júlio e Gildemberg pela
facilitação do acesso da infraestrutura do laboratório ao Jean Herllington e a Edlene pelo
auxílio no laboratório.
Aos amigos estagiários do laboratório de Fitopatologia do campus Arapiraca: Sara
Padilha, Mayra Sousa, Kledson Mendes, Alex Rocha, pela solidariedade e pela imensa

contribuição aos trabalhos de campo, sem o apoio de todos vocês jamais teria conseguido, e
também pela participação especial de Raquel Padilha, Kátia Farias e Jéssica Naiana.
Aos amigos que contribuíram com uma palavra de conforto e pela rápida convivência
que tivemos, mas que mesmo assim fizemos fortes laços de amizades: Aline Bezerra, Ruth
Bezerra, Aparecida Souza, Delba Helena.
Aos meus queridos amigos e colegas de Turma de mestrado Paulo Nogueira, Mércia
Elias e Janúbia, e doutorado Hully, Vanessa, Quitéria, Deyse, Jaqueline, Ellen, Joseane,
Débora, Danilo, Jorge, Wellington e demais alunos de mestrado e doutorado em Proteção de
Plantas por enfrentarmos juntos as dificuldades apresentadas no decorrer das disciplinas,
pelos bons momentos de descontração e convivência.
À minha querida amiga e anfitriã, Andrea Avelino por ter me recebido de coração
aberto em sua casa quando cheguei para morar em Maceió pela amizade e convivência.
Á grande família Cavalcante, em especial à Josilene (in memoriam) e dona Júlia por
terem me recebido de braços abertos em sua casa, pelo companheirismo, compreensão e ajuda
nos momentos difíceis, aos filhos da dona Júlia: Leila, Josélia, Célia, Núbia, Luiz, Wilson,
Genilson, Gilson, Sérgio e Batista pela amizade.
Enfim, agradeço a todo povo brasileiro que contribuíram tanto direta quanto
indiretamente para realização deste trabalho.

Meus sinceros agradecimentos.

Através do Caminho
‘’Impossível atravessar a vida...
Sem que um trabalho saia mal feito, sem que uma amizade cause decepção, sem
padecer com uma doença, sem que um amor nos abandone, sem que ninguém da família
morra, sem que a gente se engane em um negócio.
É o custo de viver. O importante não é o que acontece, mas como você reage.
Você cresce...
Quando não perde a esperança, nem diminui a vontade, nem perde a fé. Quando aceita
a realidade e tem orgulho de vivê-la.
Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo. Quando aceita o que deixa
para trás, construindo o que tem pela frente e planejando o que está por vir.
Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.
Cresce quando abre caminhos, assimila experiências...
E semeia raízes...
Cresce quando se impõe metas, sem se importar com comentários nem julgamentos,
quando dá exemplos sem se importar com o desdém, quando você cumpre com o seu
trabalho...
Cresce quando é forte de caráter, sustentado pela sua formação, sensível por
temperamento e humano por nascimento!
Cresce quando enfrenta o inverno mesmo que perca as folhas, colhe flores mesmo que
tenha espinhos e marca caminhos mesmo que se levante o pó.
Cresce quando é capaz de lidar com resíduos de ilusões, é capaz de perfumar-se com
flores...
E se elevar por amor!
Cresce ajudando seus semelhantes, conhecendo a si mesmo e dando a vida, mais do
que recebe.
E assim se cresce... ’’
(Suzana Carizza)

RESUMO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das olerícolas mais cultivadas na zona rural
do município de Arapiraca-AL e cidades circunvizinhas. A cultura tem ampla aceitação no
mercado e proporciona retorno do capital investido entre 30 e 40 dias após o plantio. Nos
últimos anos os produtores têm relatado a redução de produção em função da ocorrência da
morte de plantas, principalmente nos primeiros dias após a emergência das plântulas,
apresentando lesões necróticas nas raízes e na região do colo. Suspeita-se que o problema seja
uma doença infecciosa ocasionada por um complexo de microrganismos, mas, por enquanto,
sua etiologia ainda é desconhecida. Considerando a importância socioeconômica da cultura
frente aos problemas causados, que em casos extremos culminam com o abandono das áreas
de produção, não existem estimativas sobre a importância da doença. Assim, o presente
trabalho objetivou estimar a importância da doença na zona rural de Arapiraca por meio de
estudo da prevalência, incidência, distribuição espacial da doença nos canteiros e progresso
temporal. Para tal, áreas de produção comercial de coentro foram visitadas entre os meses de
fevereiro e dezembro de 2012 e a incidência de plantas doentes estimada. Considerou-se
planta doente aquela que apresentasse lesão necrótica na região do colo e/ou tombamento. Em
cada área três canteiros foram avaliados, sendo o número de áreas distinto em função do
estudo: prevalência = 50 áreas; incidência e distribuição espacial = 10 áreas; e progresso
temporal = 2 áreas. Constatou-se que a morte de plantas em decorrência de lesões nas raízes e
colo está generalizada, tendo sido encontrada em 84% das áreas visitadas. A incidência média
dentro dos canteiros foi de 23%, com extremos de 5 e 58%. O padrão espacial da doença
dentro dos canteiros foi regular. Em área com ciclos sucessivos da cultura houve elevação de
275% na taxa de progresso da doença entre o primeiro e terceiro ciclo.

Palavras-chave: Coriandrum sativum, tombamento de plântulas, patógenos habitantes do
solo.

ABSTRACT
Coriander is one of the most cultivated vegetable crops in Arapiraca region-AL,
Brazil. Its crop is widely accepted on the market and it provides the return of the capital
invested between 30 and 40 days after planting. In recent years, producers have reported a
drop in the coriander production due to the plant death, especially during the first days after
seedling emergence. It is observed necrotic lesions on the roots and on the stem rot portions.
It has been suspected that the problem is a biotic disease caused by a complex of
microorganisms; however its etiology is still unknown. There’s no estimation about the
importance of this disease, since in severe cases it can lead to the abandonment of production
areas, causing a socioeconomic problem. Thus, this study aimed to estimate the importance of
this disease in the countryside of Arapiraca city through the study of the prevalence,
incidence, and spatial spread of this disease in the beds and in the temporal progress. Different
coriander fields were survey between February and December, 2012 in order to estimate the
incidence. All plants presenting necrotic lesions in the portion of the stem and/or damping off
was considered a sick plant. Three beds were examined in each field for sick plants. The
number of fields assessed in each plot was according to the parameter evaluated: prevalence =
50 fields; incidence and distribution space = 10 fields and areas temporal progress = 2 fields.
It was observed that the root rot and stem rot is widespread and has been found in 84% of the
fields. The average incidence in the beds was 23% (5% to 58%). The spatial pattern of the
disease was regular within the beds. It was observed a raised of 275% in the disease progress
rate between the first and the third cycle when it was used successive cycles of culture.

Keywords: Coriandrum sativum, damping-off, soil pathogens inhabitants.

LISTA DE TABELAS

TABELA 1

Índice de dispersão de tombamento e podridão e raiz e colo em
canteiros de coentro estimados a partir de diferentes extratos
(quadriláteros)........................................................................................ 22

TABELA 2

Resumo da análise de regressão linear para avaliação de quatro
modelos de curvas de crescimento de doença no progresso de
tombamento e podridão de colo e raiz em coentro em uma mesma
área
ao
longo
de
três
ciclos
de
cultivo...................................................................................................

24

Valores médios de taxa de progresso (r), incidência inicial (Y0) e
incidência final (Yf) de tombamento e podridão de raiz e colo em
plantios de coentro ao longo de três ciclos consecutivos de
cultivo...................................................................................................

24

TABELA 3

LISTA DE FIGURAS

FIGURA1

Localização de áreas de cultivo de coentro, localizadas em ArapiracaAL, em que foram realizadas amostragens para estudo de
prevalência, incidência, padrão espacial e progresso temporal de
tombamento e podridão de raiz e caule. Os pontos representam as
áreas amostradas: pontos totalmente pretos representam locais em
que não foi constatada a presença de plantas doentes; os demais
pontos representam locais em que plantas sintomáticas foram
observadas. Adicionalmente, pontos brancos com um ponto preto no
centro indicam a localização das áreas em que o progresso temporal
foi avaliado por três ciclos consecutivos da cultura. Números
arábicos ao lado ou acima dos pontos marcam as áreas em que o
padrão
espacial
das
doenças
foi
avaliado.................................................................................................. 20

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 11
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................ 12
2.1 Aspectos gerais da cultura............................................................................................ 12
2.2 Importância da cultura.................................................................................................. 12
................................................................................................
2.3 Aspectos botânicos da cultura do coentro................................................................... 13
2.4 Aspectos fitossanitários................................................................................................. 14
coentro............................................................
2.5 Quantificação de doenças de plantas........................................................................... 14
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 18
botanicosbotânicos........................................................................................................
doençadoençadodoenças......................................................................................................
3.1 Prevalências de doenças do sistema radicular............................................................ 18
... Incidência e padrão espacial de doenças do sistema radicular................................. 18
3.2
radicular.....................................................
3.3 Progresso temporal de doenças do sistema radicular.................................................. 19
radicular...........................
doenças...............................................................
.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 21
radicular...........................................
2
......radiculares.........................................
4.1
Prevalência de doenças do sistema radicular.............................................................. 21
4.2 Incidência e padrão espacial de doenças do sistema radicular................................. 21
radicular......................................................
4.3 Progresso temporal de doenças do sistema radicular................................................ 23
radicular........................... radicul
5 CONCLUSÕES................................................................................................................. 26
radicular..........................................
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 27
.

11

1 INTRODUÇÃO
O município de Arapiraca está localizado na mesorregião do Agreste do estado de
Alagoas, no Nordeste brasileiro. Possui área de 410 Km2 e altitude média de 248 m acima
do nível do mar (OLIVEIRA, 2007). Seu clima é tropical quente e seco, com temperatura
média de 20°C e umidade relativa do ar de 75%. A região tem forte vocação agrícola,
com destaque para o cultivo de olerícolas.
Os produtores de olerícolas do município são pequenos agricultores, em sua
maioria proprietários de áreas de aproximadamente três hectares. A maioria deles é
oriunda da fumicultura e adotaram as olerícolas, sobretudo as folhosas, como alternativa
ao cultivo de fumo, o qual entrou em decadência nas duas últimas décadas
(GRANGEIRO, et al., 2011). Dentre as olerícolas cultivadas na região destaca-se o
coentro (Coriandrum sativum L.). A planta é herbácea, bem adaptada às condições locais
e, por possuir ciclo curto, de 40 a 50 dias, proporciona rápido retorno do capital investido
(FILGUEIRA, 2008). Embora bem adaptada, alguns problemas concorrem para a redução
de sua produção. O principal deles compreende a morte de plantas apresentando lesões
necróticas na porção do colo e raízes. A etiologia do problema é desconhecida.
Apesar da relevância do cultivo de coentro para os produtores locais, não
existem informações sobre a importância da doença que possam subsidiar a alocação
futura de recursos para o desenvolvimento de práticas de manejo de doenças radiculares
nas áreas de cultivo. Assim, o presente trabalho objetivou estimar: i) a intensidade das
doenças nas áreas de cultivo; ii) o padrão de distribuição espacial nos canteiros; iii) e o
progresso temporal.

12

2 REVISÃO DE LITERATURA
No município de Arapiraca a olericultura tem sido adotada como alternativa à
fumicultura, outrora a principal atividade agrícola da cidade. Embora o fumo ainda seja a
principal cultura da região, seu cultivo tem sido reduzido em função do excesso de oferta,
da redução no preço e da tendência mundial de queda no consumo do tabaco
(OLIVEIRA, 2007). Por esta razão, uma parcela considerável dos antigos fumicultores
adotou o cultivo de olerícolas como alternativa ao fumo. A escolha das olerícolas,
principalmente as folhosas, como alface, cebolinha e coentro, ocorreu em razão da
geração de empregos e manutenção do homem no campo e, sobretudo, da renda advinda
do comércio dos seus produtos.

2.1 Aspectos gerais da cultura do coentro
O coentro é nativo da Ásia ocidental, região leste do Mediterrâneo e sul da
Europa (CHARLES, 2013). Hoje é cultivado em diversos países, dentre eles a Argentina,
Brasil, Egito, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, Marrocos,
México, Paquistão, Romênia e Turquia (CHARLES, 2013). É uma cultura típica de clima
quente, com relativa intolerância a baixas temperaturas, sendo seu desenvolvimento
máximo alcançado em regiões com temperatura média de 20 oC e elevada intensidade
luminosa (DONEGÁ, 2009).

2.2 Importância da cultura do coentro
Embora a principal utilização do coentro seja culinária, outras finalidades menos
conhecidas são dadas a planta: cosméticas e farmacêuticas. Na culinária, é amplamente
utilizado como condimento em diversos países. No Brasil, especialmente nas regiões
Norte e Nordeste são usados como tempero na culinária, sendo as folhas frescas aplicadas
no preparo de comidas em geral e as sementes utilizadas no processamento de carnes
defumadas, doces, pães, picles e licores. Em países europeus é comum o uso de suas
folhas como tempero no preparo de linguiças, molhos, ensopados e sopas. Na Índia, as
folhas frescas, as sementes e o óleo são utilizados em produtos de panificação, doces,

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sobremesas, bebidas, aves, carnes e peixes. Nos Estados Unidos, as sementes e o óleo são
também utilizados em cachorros-quentes, pimentas, bolinhos, ensopados e sobremesas
(CHARLES, 2013).
Os frutos de coentro possuem aroma agradável e, por essa razão, o óleo essencial
obtido de extrato de sementes do coentro é largamente aplicado na indústria de
cosméticos e perfumaria, fazendo parte da composição de perfumes, cremes e sabonetes
(FILGUEIRA, 2008; ZOUBIRI E BAALIOUAMER, 2010).
Com relação ao seu uso farmacêutico, a aplicação tem sido ampla. Tanto as
folhas como os frutos são utilizados para fins medicinais. Por exemplo, folhas e frutos
têm aplicação terapêutica para alguns distúrbios do fígado e vesícula biliar, sendo as
sementes também recomendadas como antisséptico, expectorante e na redução da dor em
casos de gastrite e úlceras gástricas (OGANESYAN, 2007). O coentro além de possuir
propriedades digestivas, também é usado como anti-helmíntico e analgésico no
tratamento do reumatismo e dores articulares (ISHIKAWA, et al., 2003). Alguns autores
constataram que o óleo essencial extraído do coentro apresenta atividade antibacteriana e
nematicida (MICHALCZYK et al, 2012; TOROGLU, 2011). Também foi relatado que o
óleo essencial extraído do extrato de coentro possui uma forte atividade antifúngica
(FURLETTI et al., 2011). Além disso, alguns autores verificaram que o coentro possui
ainda funções como hipoglicemiante (GRAY E FLATT, 1999; EIDI et al., 2009),
hipolipemiante (CHITHRA e LEELAMMA, 1997), hipertensiva e diurética (JABEEN et
al., 2009).

2.3 Aspectos botânicos da cultura do coentro
Pertence a família Apiaceae, a qual abrange aproximadamente 400 gêneros e
cerca de 4.000 espécies. No Brasil são relatados oito gêneros de Apiaceae, os quais
reúnem, aproximadamente, 100 espécies (SOUZA, 2005). No país, além do coentro, duas
outras espécies de Apiaceae têm relevante papel agronômico: a cenoura (Daucus carota
L.) e a salsa (Petroselinum crispum Mill.).
O coentro é uma planta anual que possui raiz pivotante com formato fusiforme,
apresenta caule ereto de cor verde, o qual pode se tornar violeta na época da floração.
Suas folhas são compostas, partidas com disposição alternada, sendo as folhas inferiores
do tipo pinatífidas, com diminuição da área foliar. As flores são hermafrodita com

14

coloração branca ou rósea e inflorescência do tipo umbela composta (DEIDERICHSEN,
1996). O fruto é um diaquênio com formato ovóide e globoso (QUER, 1993).
No Brasil, as variedades mais cultivadas são as Verdão, Palmeira, Americano
Gigante, Português, Tabocas e Tapacurá. Estas são classificadas em precoces (Verdão,
Palmeira e Tabocas) e tardias (Americano, Gigante, Português e Tapacurá). As
variedades precoces se desenvolvem bem em clima tropical e tem fase vegetativa entre
30-45 dias e as tardias são mais adaptadas ao clima subtropical/temperado e apresenta
fase vegetativa entre 50-60 dias (MARI, 2009).

2.4 Aspectos fitossanitários
O cultivo de hortaliças, sobretudo as olerícolas, é um dos mais prejudicados
devido a doenças ocasionadas por microrganismos fitopatogênicos (FILGUEIRA, 2008).
Dentre os microrganismos causadores de doenças em olerícolas destacam-se as bactérias,
os fungos, os nematoides e os vírus. No Brasil, poucos trabalhos estudam os aspectos
fitossanitários do coentro, restringindo-se, basicamente, à patologia de sementes. Dentre
eles cita-se o trabalho desenvolvido por Pedroso (2010), no qual foi estudada a qualidade
fisiológica de sementes de coentro em função de fungos associados, como Alternaria
alternata. Já Trigo et al., (1997), relatou que em sementes de coentro foram encontrados
fungos associados dos seguintes gêneros: Alternaria, Aspergillus, Cercospora, Fusarium.
Entretanto, trabalhos realizados em outros países relacionam doenças que incidem
sobre toda a planta. Para região do colo e raízes são relatadas: podridão de raiz e colo
causada por Pythium ultimum (GARIBALDI, 2010), murcha vascular causada por
Fusarium oxysporum (KOIKE E GORDON 2005) e mofo branco causado por
Scleriotinia sclerotiorum (REIS E NASCIMENTO, 2011). Para as folhas, são relatadas:
mancha foliar causada por Pseudomonas syringae pv. coriandricola (PERNEZY, 1997),
mela das folhas e caule causadas por Xanthomonas campestres pv. coriandri (LEE,
2004), mancha foliar causada por P. syringae pv coriandricola (GUPTA el al., 2013). Os
seguintes vírus também foram encontrados em associação com coentro: Apium-virus Y
(AVY) (TIAN, 2008), Groundnut Ring Spot Virus (GRSV) (LIMA et al., 1999).
2.5 Quantificação de doenças de plantas
Estudos epidemiológicos são importantes para fundamentar o desenvolvimento e a
aplicação de medidas de manejo de doenças. A importância de uma doença, e, portanto a

15

necessidade de alocar mais recursos para seu controle pode ser estimada por meio de
levantamentos epidemiológicos que possibilitem a quantificação da prevalência,
incidência e/ou severidade da patologia estudada. Tais levantamentos proporcionam
dados representativos da doença e permitem visualizar sua distribuição e o período de
maior incidência, bem como possibilita estimar o potencial destrutivo do patógeno antes
que ele chegue a ser disseminado para uma área maior (XAVIER RIBEIRO et al., 2004).
A intensidade de doença é um termo amplo que faz referência a quantidade de
doença em uma planta, ou em suas partes, e é mensurada por meio de estimativas de
incidência e/ou severidade (CAMPBELL E MADDEN, 1990), sendo a parte da
fitopatologia dedicada ao seu estudo denominada de fitopatometria (XAVIER RIBEIRO
et al., 2004). Incidência de doença refere-se à proporção ou porcentagem de plantas, ou
de suas partes, doentes e severidade a proporção, ou porcentagem, de tecido doente em
relação à quantidade total de tecidos (área e ou volume) (CAMPBELL E MADDEN,
1990). Outra forma de quantificar doença é a prevalência, a qual tem um aspecto espacial
e é caracterizada pelo estudo da freqüência de plantios, lavouras, etc. em que determinada
doença ocorre por região geográfica (ZADOKS E SCHEIN, 1979).
A incidência é normalmente empregada para quantificação da intensidade de
doenças provocadas por patógenos habitantes do solo. Isso ocorre principalmente em
plantas em fase inicial de desenvolvimento porque, nesta fase, a ocorrência de lesões na
raiz e/ou colo tem relação direta com a morte de plântulas. O que é vantajoso porque
medidas de incidência são mais precisas e mais fáceis de serem obtidas do que
severidade. Por exemplo, LaMondia et al., (1999) utilizou a incidência na quantificação
de danos de murcha vascular causados por Verticillium dahliae em batateira. A estimativa
da incidência também foi utilizada por Almeida et al., (2011) para quantificar a doença,
possibilitando o estudo da dinâmica espacial e de perdas causadas por Phytophthora
nicotiane em cebola.
As epidemias se desenvolvem com o aumento da intensidade de doenças em
espaço e tempo, sendo importante relacionar a dinâmica de distribuição espacial aos
estudos temporais, como também destacar o arranjo espacial ao programar experimentos
em campo com patógenos radiculares (MAFFIA E MIZUBUTI, 2005). O padrão espacial
caracteriza o posicionamento, ou arranjo, de plantas doentes, uma em relação às outras, e
propicia informações acerca da dispersão do patógeno e permite conhecer as principais

16

características de uma epidemia, bem como ter uma visão da estrutura e do
comportamento de determinado patossistema através de análise espacial (HUGHES et al.,
1997). Os tipos de padrões espaciais de doenças são o agregado, o aleatório e o regular
(BERGAMIN FILHO et al., 2002).
A caracterização do padrão espacial de doenças de plantas permite rastrear
fontes de inóculo (REKAH, 1999), mudança na dinâmica de distribuição sobre influência
de fatores ambientais e/ou intensidade de doença (FRISINA E BENSON, 1989;
SILVEIRA, 1998).
Por sua vez, o progresso temporal de doenças de plantas é representado por curvas
de progresso de doença, as quais são expressas pela plotagem de doença versus o tempo.
As curvas de progresso de uma epidemia caracterizam a interação entre hospedeiro,
patógeno, ambiente e níveis de doença que permitem estimar parâmetros que são
utilizados para descrever o progresso de epidemias no espaço e no tempo, simular
epidemias, e prever a intensidade de doenças (XAVIER RIBEIRO et al., 2004).
Para doenças do sistema radicular, o progresso temporal depende diretamente da
dinâmica da produção, distribuição e eficiência de inóculo (ZADOKS E SCHEIN, 1979).
Comumente, as doenças do sistema radicular são monocíclicas, completando um ciclo de
infecção durante o ciclo de cultivo do hospedeiro, de tal maneira que as plantas ao serem
infectadas no início do ciclo da cultura não servirão de fontes de inoculo para infecções
futuras dentro do mesmo ciclo. Desta forma, ocorrem com maior intensidade entre safras,
para culturas anuais, e com aumento de intensidade de um ano para outro, mesmo a
produção de inóculo sendo anual, no caso de culturas perenes (MAFFIA E MIZUBUTI,
2005). Por outro lado, alguns autores afirmam que algumas doenças do sistema radicular
podem ser consideradas policíclicas, uma vez que o inóculo produzido no ciclo da cultura
cria novas infecções e agrava a incidência da doença no mesmo ciclo, sendo exemplo às
podridões de raízes causadas por Phytophthora spp. (LARKIN et al., 1995), Pythium spp.
(STANGHELLINI et al, 1996), Rhizoctonia solani, agente da queima das bainhas de
arroz (SAVARY et al., 1995).
Modelos matemáticos podem ser utilizados para comparação de curvas de
progresso. Os modelos são ajustados aos dados e a partir deles são estimados parâmetros
para comparar epidemias, tratamentos com fungicidas, estratégias de manejos e,
adicionalmente, fomentar o desenvolvimento de modelos de previsão. Os modelos mais

17

utilizados para representar a curvas de progresso de doenças são o exponencial, logístico,
Gompertz e o monomolecular (BERGAMIN FILHO, 1995).
A modelagem matemática permitiu a Silveira (1998), estudar o progresso da
murcha bacteriana do tomateiro, causada por Ralstonia solanacearum, em quatro áreas de
plantios e constatar padrões diferentes de progresso de doença em função da área de
plantio. Já Azevedo (2002), por sua vez, aplicou os modelos de crescimento para avaliar
o progresso temporal da podridão negra em repolho e com isto constatou-se que o modelo
exponencial teve melhor ajuste a curva de progresso da doença.
Diante dos problemas enfrentados pelos produtores de coentro no município de
Arapiraca em decorrência da incidência de doenças do sistema radicular e colo de planta,
bem como da ausência de estudos epidemiológicos quantificando a intensidade destas
doenças e, consequentemente, a importância das mesmas, houve necessidade de realizar
estudos epidemiológicos nas áreas de plantio. Diante do exposto, o presente trabalho
objetivou estimar importância das doenças em função da quantificação da prevalência, da
incidência, do padrão espacial e do progresso temporal das doenças radiculares em áreas
de plantio comercial de coentro.

18

3 MATERIAL E MÉTODOS
Áreas de produção comercial de coentro localizadas na mesorregião do Agreste
de Alagoas, no município de Arapiraca, foram visitadas entre os meses de fevereiro e
dezembro de 2012. As áreas, cujas coordenadas geodésicas foram obtidas pelo uso de
aparelho de GPS, encontram-se distribuídas em oito povoados da zona rural do
município: Alazão, Bálsamo, Bom Jardim, Batingas, Cangandu, Furnas, Laranjal e Pau
D’arco. Dentro de cada área, canteiros semeados com coentro foram selecionados
aleatoriamente para estudo. A distância mínima entre as áreas foi de 6,0 km. O sistema de
condução da cultura adotado em todas as áreas foi o mesmo (canteiros com largura de 1
m, com plantas semeadas diretamente, sem desbaste posterior, em linhas transversais ao
comprimento do canteiro e espaçadas entre si por 14-17 cm). O número de áreas variou
entre os estudos realizados (Figura 1). Em cada área três canteiros foram selecionados
para avaliação. Em todos os estudos considerou-se planta doente aquela que apresentasse
lesão necrótica na região do colo e/ou tombamento.

3.1 Prevalência de doenças do sistema radicular
A prevalência, proporção entre áreas com presença de plantas doentes versus o
total de áreas avaliadas (CAMPBELL E MADDEN, 1990), foi estimada por meio de
amostragem procedida em 50 áreas de plantio, distribuídos em oito povoados distintos.
Em cada área, a amostragem consistiu na avaliação visual para presença/ausência de
plantas sintomáticas. No total, três canteiros, contendo plantas com 15 a 20 dias após a
semeadura (DAS), foram avaliados por área.

3.2 Incidência e padrão espacial de doenças do sistema radicular
Canteiros comerciais, distribuídos em dez propriedades foram avaliados quanto
a presença/ausência de plantas doentes para estimativa da incidência (proporção de
plantas doentes/total de plantas avaliadas). No total, trinta canteiros foram avaliados,
sendo três por propriedade. Em cada canteiro, uma área de 5 m2, contendo
aproximadamente 3.800 plantas (sendo ~128 plantas/linha x 30 linhas), foi utilizada para

19

quantificação da incidência. As avaliações foram realizadas em plantas com 15-22 dias,
período em que estas apresentavam um par de folhas após as folhas cotiledonares. A
estimativa do padrão espacial foi realizada pela técnica de quadriláteros (CAMPBELL E
MADDEN, 1990). Assim, cada canteiro escolhido foi subdivido arbitrariamente em três
conjuntos de quadriláteros com tamanhos distintos, abrangendo 20, 12 ou seis linhas.
Considerando os diferentes tamanhos de quadriláteros, o padrão espacial foi estimado por
meio do cálculo do índice dispersão (D), o qual consiste na comparação da incidência
encontrada com a distribuição binomial esperada, sendo D = s2y / s2bin; onde s2y
corresponde à variância estimada da proporção média e s2 bin corresponde à variância
teórica (binomial). Os valores de D correspondem ao padrão agregado quando D > 1,
aleatório quando D = 1 e regular quando D < 1 (BERGAMIN FILHO et al., 2002;
CAMPBELL E MADDEN, 1990).

3.3 Progresso temporal de doenças do sistema radicular
Foi estimado por meio da avaliação da incidência de doença ao longo do ciclo de
cultivo em canteiros localizados em duas propriedades distintas (Figura 1). Em cada
propriedade três canteiros foram avaliados ao longo de três ciclos consecutivos da
cultura. Em cada canteiro, uma área de 5 m2, contendo aproximadamente 3800 plantas,
foi delimitada e utilizada para quantificação da incidência (proporção de

plantas

doentes). As avaliações foram iniciadas aos 15 dias após a semeadura e repetidas em
intervalos de quatro dias. No total, cinco avaliações foram realizadas por ciclo. Para
análise temporal, os modelos de curvas de progresso de doença Exponencial, Gompertz,
Monomolecular e Logístico foram ajustados aos dados (um ajuste foi procedido para cada
combinação canteiro/ciclo) (CAMPBELL E MADDEN, 1990). O melhor modelo,
escolhido com base no R*2, quadrado médio do resíduo e distribuição dos resíduos foi
linearizado e o parâmetro correspondente à taxa de progresso de doença (r) estimado para
cada combinação canteiro/ciclo de cultivo. Posteriormente, os valores médios de r entre
ciclos foram comparados por meio do teste de Tukey (P=0,10).

20

Figura 1. Localização de áreas de cultivo de coentro, localizadas em Arapiraca-AL, em que
foram realizadas amostragens para estudo de prevalência, incidência, padrão espacial e
progresso temporal de tombamento e podridão de raiz e caule. Os pontos representam
as áreas amostradas: pontos totalmente pretos representam locais em que não foi
constatada a presença de plantas doentes; os demais pontos representam locais em que
plantas sintomáticas foram observadas. Adicionalmente, pontos brancos com um
ponto preto no centro indicam a localização das áreas em que o progresso temporal foi
avaliado por três ciclos consecutivos da cultura. Números arábicos ao lado ou acima
dos pontos marcam as áreas em que o padrão espacial das doenças foi avaliado.

21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Prevalência de doenças do sistema radicular
O levantamento realizado nas áreas de plantio de coentro no município de
Arapiraca permitiu constatar que a morte de plantas em decorrência de doenças
radiculares é generalizada, com prevalência de 84% nas áreas avaliadas. É possível que a
prevalência elevada seja função da veiculação dos patógenos através do uso comum de
implementos agrícolas entre as áreas de plantio e/ou por meio da veiculação através de
sementes Trigo et al., (1997).

4.2 Incidência e padrão espacial de doenças do sistema radicular
A incidência média de podridão do colo e tombamento por canteiro foi de 23%,
com extremos de 5 a 58%. No estudo de padrão espacial, foi evidenciado tendência à
distribuição regular, estando o patógeno distribuído por todo o canteiro das áreas
infestadas. Os valores de D foram menores que um, para os três tamanhos de extratos
avaliados: 10, 13 e 16 fileiras de plantas/ quadrilátero (Tabela 1). Patógenos habitantes do
solo geralmente estão associados a arranjos espaciais distintos variando de um alto grau
de agregação à aleatoriedade ou a um padrão regular, sendo, neste último caso, de
ocorrência menos comum (CAMPBELL e MADDEN, 1990). A distribuição regular
dentro dos canteiros pode ser explicada pelo revolvimento do solo no preparo das áreas, o
que provavelmente promove a distribuição uniforme do inóculo. Além disso, é possível
que a disseminação esteja ocorrendo de planta a planta, por meio de propágulos
produzidos nas raízes, mas com menor impacto para o padrão observado. A disseminação
via raízes foi caracterizada como importante na disseminação em outros patossistemas:
Pseudomonas solanacearum em tomate, tabaco e banana (KELMAN, 1999), Pythium spp
em pepino (STANGHELLINI et al., 1996), Rhizoctonia solani em batata (FIRMAN,
1995), Sclerotium cepivorum em cebola (SCOTT, 1999) e Sclerotium rolfsii em cenoura
(SMITH et al., 1988).

22

Tabela 1. Índice de dispersão de tombamento e podridão de raiz e colo em canteiros de coentro
estimados a partir de diferentes extratos (quadriláteros)
Propriedade

1

2

3

4

5

6

7

8
a

Í
n
d
i
c
e

9

10

Canteiro
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3
1
2
3

3b
0,04
0,07
0,03
0,09
0,12
0,05
0,06
0,04
0,07
0,06
0,05
0,06
0,13
0,34
0,20
0,11
0,11
0,23
0,21
0,08
0,07
0,06
0,05
0,06
0,08
0,14
0,07
0,04
0,15
0,23
0,10

Quadriláteros (D)a
6
0,05
0,12
0,03
0,19
0,16
0,05
0,06
0,06
0,09
0,07
0,08
0,06
0,22
0,36
0,24
0,14
0,14
0,33
0,32
0,13
0,10
0,07
0,05
0,05
0,14
0,20
0,10
0,03
0,16
0,22
0,13

10
0,06
0,20
0,03
0,22
0,22
0,03
0,03
0,09
0,10
0,06
0,14
0,05
0,32
0,07
0,25
0,16
0,21
0,62
0,50
0,13
0,12
0,08
0,07
0,05
0,13
0,40
0,13
0,04
0,10
0,27
0,16

Média
d
e dispersão D: D = s2y / s2bin, onde s2y corresponde a variância estimada da proporção média e s2bin
corresponde a variância teórica (binomial). Os valores de D correspondem a agregado (D > 1),
aleatório (D = 1) e regular (D < 1) (BERGAMIN FILHO et al., 2004; CAMPBELL e MADDEN,
1990). b número de fileiras de plantas dentro de cada quadrilátero.

23

Assim, ao estudar a distribuição espacial de Fusarium oxysporum f. sp. radicis
licopersici, em plantas de tomateiro com sintomas de podridão de raízes Rekah (1999),
verificou um padrão semelhante nos anos de 1996 e 1997, e confirmou para essa doença
um padrão aleatório, caracterizando grau de dependência espacial e a disseminação do
agente causal. Andrade (1999), estudando a distribuição espacial da murcha de fusário
em tomateiro, observou variação no padrão espacial da doença, não sendo determinado
um padrão único de arranjo espacial para plantas doentes, mas uma tendência à
agregação. Já Azevedo (2002), também analisou a distribuição espacial da podridão negra
em repolho, causada por Xanthomanos campestris pv. campestris e encontrou um arranjo
aleatório de plantas doentes, o qual posteriormente evoluiu para uma distribuição
agregada, o que permitiu comprovar que a doença possivelmente foi originada do inóculo
externo e disseminada planta à planta.

4.3 Progresso temporal de doenças do sistema radicular
Ao longo de três ciclos da cultura a incidência de doenças radiculares foi
quantificada e os dados utilizados para o ajuste de modelos visando à obtenção de
parâmetros para cada ciclo. O melhor ajuste foi obtido para o modelo monomolecular, o
qual propiciou maiores valores de R*2, o menor quadrado médio do resíduo e, o que
destacou este modelo dos demais foi a distribuição de resíduos não tendenciosos (Tabela
2). O ajuste deste modelo não surpreende por que o modelo monomolecular descreve
curvas normalmente associadas a doenças monocíclicas, na qual o desenvolvimento da
doença ao longo do tempo é mais influenciado pelo inóculo inicial do que pela
transmissão planta a planta (CAMPBELL, 1986; FRAY, 1982). Segundo Maffia e
Mizubuti (2005), algumas doenças radiculares são ditas monocíclicas por ocorrer em
maior intensidade entre safras da cultura, e em culturas perenes onde a intensidade de
doenças aumenta de um ano para outro, por isto, a maioria das doenças radiculares é
considerada monocíclica, pois ocorre em apenas um ciclo de infecção durante o ciclo do
hospedeiro, com isto, as plantas ao serem infectadas no inicio do ciclo da cultura não
servirão de fontes de inoculo para futuras infecções dentro do mesmo ciclo.

24

Tabela 2. Resumo da análise de regressão linear para avaliação de quatro modelos de curvas de
crescimento de doença no progresso de tombamento e podridão de colo e raiz em
coentro em uma mesma área ao longo de três ciclos de cultivo a

R*2
0,73
0,86
0,85
0,86

Modelo
Exponencial
Gompertz
Logístico
Monomolecular

QMR*
0,02
0,01
0,01
0,01

Resíduos c
Tendencioso
Tendencioso
Tendencioso
Ok

a

Abreviações: R*2 = Coeficiente de determinação; e QMR* = Quadrado médio do
resíduo. Parâmetros recalculados por meio da regressão entre valores observados e
valores estimados pelos modelos.

Houve aumento na Incidência de doenças radiculares em coentro em canteiros
com plantios consecutivos. O aumento de incidência final entre o primeiro e terceiro ciclo
foi significativo, sendo 10% superior (Tukey; P=0,05) (Tabela 3). É provável que isso
tenha ocorrido em função do acúmulo de inóculo entre os plantios porque as plantas
mortas não foram eliminadas da área. Fato semelhante foi constatado por Azevedo
(2002), ao estudar a incidência da podridão negra em repolho, onde se constatou que nos
períodos de 1997 e 1998, a intensidade da doença no primeiro ano foi menor em relação
ao segundo, sendo o aumento associado ao acúmulo de inóculo nas áreas ao longo do
ciclo da cultura.
Tabela 3. Valores médios de taxa de progresso (r), incidência inicial (Y0) e incidência final (Yf)
de tombamento e podridão de raiz e colo em plantios de coentro ao longo de três
ciclos consecutivos de cultivo

Ciclo

Taxa de progressoa

Incidência Inicial

Incidência Final

1

0,08a

39,28 a

86,96b

2

0,12a

18,58 b

83,73b

3

0,22b

37,25 a

96,02ª

a

Valores estimados por meio da linearização do modelo Monomolecular (Campbell e
Madden, 1990).
Valores em uma mesma coluna seguidos por uma mesma letra, não diferem entre si (Tukey;
P=0,05).

Acréscimo maior foi observado no segundo parâmetro estudado, a taxa de
progresso. Houve aumento significativo entre as taxas de progresso do 1º e 3º ciclo,
obtida pela linearização do modelo monomolecular (Tukey, P=0,05) (Tabela 3). O
aumento foi equivalente a 275% e confirma o que vem sendo relatado pelos produtores:

25

aumento na intensidade da doença ao longo de ciclos de cultivo. De forma empírica,
alguns produtores estão utilizando um esquema de sucessão de culturas, alternando
plantios de coentro com o cultivo de alface, como forma de reduzir a intensidade das
doenças radiculares sobre o coentro. Relatam que nestas áreas o avanço das doenças em
coentro ao longo do tempo tende a ser menor. Entretanto, não há estudos que suportem
esta afirmação e futuros experimentos devem ser montados para confirmação desta
medida de manejo.
Adicionalmente foram realizados isolamentos de fungos e bactérias associados a
raízes de plantas de coentro sintomáticas. De 125 isolados obtidos, sendo 31 capazes de
induzir sintomas de tombamento e lesão no colo em coentro. Características morfológicas
dos isolados fúngicos que tiveram a patogenicidade comprovada são semelhantes às de
Pythium sp., Fusarium sp. e Sclerotinia sp. O que torna essa semelhança mais relevante é
que espécies destes gêneros já foram identificadas como patogênicas ao coentro por
outros autores: Pythium ultimum (GARIBALDI, 2010), Fusarium oxysporum (KOIKE E
GORDON, 2005) e Sclerotinia sclerotiorum (REIS E NASCIMENTO, 2011). Entretanto,
testes mais específicos devem ser conduzidos para confirmação da etiologia dos mesmos.

26

5 CONCLUSÕES

As doenças radiculares na cultura do coentro encontram-se generalizada nas
áreas de plantio no município de Arapiraca-AL, com prevalência de 84%.

A incidência média nos canteiros foi de 23%.

O padrão de arranjo espacial para plantas de coentro sintomáticas com doenças
radiculares no campo foi do tipo regular.

A intensidade da doença tende a crescer em áreas com plantios sucessivos.

27

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