Manejo da Podridão de Raiz e Colo em Coentro (Coriandrum sativum L.).
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROTEÇÃO DE PLANTAS
ALEX OLIVEIRA ROCHA
MANEJO DA PODRIDÃO DE RAIZ E COLO EM COENTRO (Coriandrum sativum
L.).
RIO LARGO - AL
2017
ALEX OLIVEIRA ROCHA
MANEJO DA PODRIDÃO DE RAIZ E COLO EM COENTRO (Coriandrum sativum
L.)
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Proteção
de Plantas do Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal de Alagoas como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Proteção de Plantas.
Orientador: Prof. Dr. Gaus Silvestre de
Andrade Lima
Coorientador:
Martins
RIO LARGO - AL
2017
Prof.
Dr.
Ricardo
Brainer
FOLHA DE APROVAÇÃO
AUTOR: ALEX OLIVEIRA ROCHA
MANEJO DA PODRIDÃO DE RAIZ E COLO EM COENTRO (Coriandrum sativum
L.)
Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em
Proteção de Plantas, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Alagoas e aprovada em 18, agosto, 2017.
A Deus que criou todas as coisas.
Que é meu refúgio, minha alegria,
minha persistência.
Que com sua grandeza nos deu a mais
bela natureza.
Que nos acalma, nos protege e nos traz
a luz de cada dia!
A ti, todo o meu agradecimento!
Aos meus pais, Cláudio Albuquerque e
Mônica Maria, por serem espelhos em
minha vida.
A minha noiva, Poliana Almeida por
tudo que és para mim.
Aos meus irmãos, Cleber, Marcos e
Adriely, por torcerem incansavelmente
por minhas conquistas.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Especialmente aos meus pais, Mônica e Cláudio, por sempre acreditarem em mim,
pelo apoio e cuidados diários.
À minha noiva, Poliana, por acreditar, incentivar e estar presente em todos os
momentos.
Aos meus irmãos, Cleber, Marcos e Adriely e, por me presentearem com a amizade
e o companheirismo de todas às horas.
À minha família, meus primos, minhas tias e avós, por tornarem a minha jornada
sempre mais alegre.
À Universidade Federal de Alagoas, por tornar esta vitória possível.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de mestrado.
Ao meu Orientador, Prof. Dr. Gaus Silvestre de Andrade Lima, por todo ensinamento
e apoio.
Ao meu Coorientador, Prof. Dr. Ricardo Brainer Martins, por me acompanhar
incansavelmente, por acreditar em mim, pela compreensão, orientação e amizade.
A Prof. Drª Iraíldes Assunção, por todo apoio.
Aos professores do curso de Pós Graduação em Proteção de Plantas, por todos os
conhecimentos transmitidos ao longo do curso.
Ao Laboratório de Fitopatologia do Campus Arapiraca.
Aos amigos e colegas do Programa de Pós Graduação em Proteção de Plantas,
Paulo Henrique, Erivânia Virtuoso, Saimon Acchile, Rogério Souza, Luciene Ribeiro,
José Gomes, Érika, Caio, Adso, Mayra, Janaíne, Antônio, Laurystela, Lindinalva,
Dijison, Sara e Alisson.
Aos alunos de Iniciação Científica, Suzilâine Yasmin, Jimmy Jeferson, Daniela
Almeida, Mayra Souza e Paulo Henrique, colaboradores desta pesquisa.
À todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização deste
trabalho.
RESUMO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das principais folhosas produzidas
na região agreste de Alagoas. É uma olerícola folhosa condimentar que possui
propriedades antibacteriana,
antifúngica e
antioxidante. Nos
últimos anos,
produtores da região têm enfrentado redução na produção devido a morte de
plântulas, as quais apresentam lesões necróticas no colo e raízes. Em trabalhos
recentes foi comprovada a patogenicidade das seguintes espécies encontradas em
associação com plantas doentes: Rhizoctonia solani, Pythium irregulare, Fusarium
inflexum, F. lacertarum e F. falciforme. Entretanto, a importância relativa deles como
fitopatógenos não foi estimada, bem como alternativas de manejo não foram
prospectadas. Assim, os objetivos deste trabalho foram: verificar a virulência dos
isolados fitopatogênicos previamente caracterizados e avaliar a eficácia de duas
estratégias de manejo: resistência genética de variedades comerciais e emprego de
solarizador para desinfestação de solo. Com este fim, três experimentos distintos
foram conduzidos. No primeiro, foi avaliada a virulência de R. solani, P. irregulare, F.
inflexum, F. lacertarum e F. falciforme à variedade Verdão. No segundo, a
suscetibilidade de 7 variedades comerciais de coentro aos mesmos isolados
testados no primeiro experimento foi estimada. E, no terceiro, a eficácia em reduzir a
ocorrência de podridão de raiz e colo por meio de tratamento térmico de solo em
solarizador foi avaliada. Para todos os experimentos as seguintes variáveis foram
consideradas: tombamento de pré-emergência, tombamento de pós-emergência,
emergência, matéria seca total, matéria seca/planta, altura de plantas, incidência e
severidade. Houve diferença de virulência entre isolados, sendo significativamente
os de maior virulência: P. irregulare e F. falciforme. Com relação às variedades,
houve interação entre isolados versus variedades em função da variável analisada.
O uso do coletor solar foi eficiente para reduzir a podridão de raiz e colo.
Palavras-chaves: Damping-off; Pythium irregulare; Fusarium spp.; Rhizoctonia
solani; resistência genética.
ABSTRACT
Coriander (Coriandrum sativum L.) is one of the main hardwoods produced in
the rugged region of Alagoas. It is a seasoning olive grove that has antibacterial,
antifungal and antioxidant properties. In recent years farmers in the region have
faced reduced production due to death of seedlings, which have necrotic lesions in
the cervix and roots. In recent works the pathogenicity of the following species found
in association with diseased plants: Rhizoctonia solani, Pythium irregulare, Fusarium
inflexum, F. lacertarum and F. falciforme have been demonstrated. However, their
relative importance as phytopathogens was not estimated, nor were management
alternatives prospected. Thus, the objectives of this work were: to verify the virulence
of previously characterized phytopathogenic isolates and to evaluate the efficiency of
two management strategies: genetic resistance of commercial varieties and use of
solarizer for soil disinfestation. To this end, three distinct experiments were
conducted. In the first one, the virulence of R. solani, P. irregulare, F. inflexum, F.
lacertarum and F. falciforme to the Verdão variety was evaluated. In the second, the
susceptibility of 7 commercial strains of coriander to the same isolates tested in the
first experiment was estimated. And, in the third, the efficiency in reducing the
occurrence of root rot and colon rot by means of thermal treatment of soil in solarizer
was evaluated. For all experiments, the following variables were considered: preemergence damping-off, post-emergence damping-off, emergence, total matter
fresh, matter fresh / plant, plant height, incidence and severity. There was a
difference in virulence between isolates, being significantly the ones with the greatest
virulence: P. irregulare and F. falciforme. Regarding the varieties, there was
interaction between isolates versus varieties as a function of the variable analyzed.
The use of the solar collector was efficient to reduce root rot and colon rot.
Palavras-chaves: Damping-off; Pythium irregulare; Fusarium spp.; Rhizoctonia
solani; Coriander.
Sumário
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 12
2.1 A produção de hortaliças em Arapiraca12
2.2 Aspectos gerais e importância da cultura do coentro .......................................... 13
2.3 Problemas fitossanitários .................................................................................... 15
2.4 Dano em plântulas, murcha e podridão radicular ................................................ 16
2.5 Classificação e principais características dos patógenos envolvidos: Fusarium,
Pythium e Rhizoctonia. .............................................................................................. 17
2.6 Manejo de murcha e tombamento de plântulas ................................................... 20
2.7 Virulência de agentes fitopatogênicos ................................................................. 21
2.8 Resistência de genótipos a patógenos causadores de danos à plântulas e
podridões de raízes e colo e murcha ........................................................................ 22
2.9 Coletor solar para o manejo de patógenos radiculares ....................................... 23
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 24
3.1 Teste de germinação e emergência .................................................................... 25
3.2 Teste fitossanitário .............................................................................................. 25
3.3 Testes in vivo ...................................................................................................... 26
3.3.1. Etapas comuns ................................................................................................ 26
3.3.1.1. Isolados ........................................................................................................ 26
3.3.1.2. Preparo do inóculo sólido ............................................................................. 26
3.3.1.3. Infestação do solo e semeio ......................................................................... 28
3.3.2. Virulência de isolados causadores de podridão de raiz e colo ........................ 28
3.3.3. Resistência de variedades comerciais ............................................................ 29
3.3.4. Efeito da desinfestação de solo pelo uso de energia solar para o controle da
murcha, tombamento e podridão de raiz e colo ........................................................ 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 31
4.1 Teste fitossanitário .............................................................................................. 31
4.2 Virulência de isolados causadores de podridão de raiz e colo ............................ 32
4.3 Avaliação do efeito dos isolados patogênicos em variedades comerciais de
coentro ...................................................................................................................... 37
4.4 Efeito da desinfestação de solo pelo uso de energia solar no controle de
podridão de raiz e colo em coentro ........................................................................... 43
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 47
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 48
10
1 INTRODUÇÃO
Em Arapiraca, região agreste do estado de Alagoas, o setor fumageiro
movimentou a economia local durante muitas décadas. Porém, ao longo da década
de 1990, o setor entrou em declínio e os agricultores, para substituir a fonte de renda
oriunda da cultura do fumo diversificaram a produção pela introdução de outras
culturas. Assim, a horticultura surgiu como alternativa e vem, cada vez mais,
aumentando sua participação como fonte de renda. As primeiras culturas exploradas
foram mandioca (Manihot esculenta Crantz), feijão (Phaseolus vulgaris L.), feijão-decorda (Vigna unguiculata (L.) Walp) e milho (Zea mays L.). Posteriormente, a
olericultura também ganhou destaque, resultando, como reflexo da sua importância,
no surgimento de diversas associações voltadas à produção de olerícolas (SANTOS,
2014). A vocação agrícola, a disponibilidade de água, a localização estratégica no
centro do estado e a forte demanda por hortaliças tornou a cidade de Arapiraca o
principal fornecedor de olerícolas folhosas (como coentro, alface e cebolinha) de
Alagoas. Atualmente, o município abastece a Ceasa da capital (ALAGOAS, 2014) e
as feiras livres e mercados locais do interior do estado.
O coentro (Coriandrum sativum L.), olerícola folhosa pertencente à família
Apiaceae, é uma das principais olerícolas produzidas na região Nordeste do Brasil, a
região é responsável pela produção de 70% da produção nacional, superior a 84 mil
toneladas (BRASIL, 2006). A planta pode ser utilizada na culinária ou como fármaco.
Na culinária, as folhas, os frutos e os talos são utilizados como tempero no preparo
de alimentos, sobretudo na cozinha nordestina, ou como salada. Embora não seja
comum no Brasil, em outros países, como Alemanha e Áustria, a planta está
presente em listas oficiais de fármacos. Esta aplicação é possível porque alguns dos
seus principais componentes são óleos essenciais e a oleoresina, as quais possuem
propriedades antibacterianas, antifúngicas e antioxidantes (DIEDERICHSEN, 1996).
Embora a cultura seja adaptada às condições de cultivo do Nordeste, os
produtores da região Agreste de Alagoas têm enfrentado perdas na produção em
função da morte de plântulas apresentando lesões necróticas no colo e na raiz
(FERREIRA, 2013). A incidência tem crescido ao longo das estações de cultivo e,
não é raro, o produtor ter que migrar o cultivo para novas áreas, ainda isentas do
11
problema. Recentemente a doença foi constatada em 79% das áreas de produção
do município (SANTOS et al., 2014).
Em razão do impacto causado na produção, trabalhos voltados para
resolução deste problema foram iniciados. O primeiro deles foi destinado à
identificação do agente causal e evidenciou que as lesões são provocadas por um
complexo de microrganismos, com espécies pertencentes, dentre outros gêneros, a
Pythium e Fusarium (FERREIRA, 2013). Recentemente, em outro trabalho, também
destinado à identificação, foram identificadas, com maior precisão por meio do uso
de marcadores moleculares, as seguintes espécies: Rhizoctonia solani, Pythium
irregulare, Fusarium inflexum, F. lacertarum e F. falciforme (INFANTE, 2016).
Os agricultores, carentes de informação e de assistência técnica, não obtém
sucesso no enfrentamento do problema. A falta de aplicação de técnicas de manejo
tem ocasionado o agravamento da doença, que atualmente tem prevalência próxima
a 80% (SANTOS et al., 2014), resultando no abandono de áreas. Este fenômeno
tem levado ao enfraquecimento da produção local, atingindo, sobretudo, os
pequenos produtores, que não possuem condições pecuniárias de arrendar novas
áreas.
Diferentes métodos podem ser utilizados, de forma isolada ou em conjunto,
para controlar doenças. Um dos métodos possíveis de uso para mitigar doenças é o
controle genético por meio de variedades resistentes (CAMARGO, 2011a). Na
região é cultivada uma única variedade de coentro, a Verdão, proveniente de
diferentes empresas. No entanto, existem no mercado outras variedades indicadas
para as condições edafoclimáticas da região que não são utilizadas. Não se sabe,
porém, qual a suscetibilidade delas às podridões de raiz e colo e, portanto, o seu
potencial uso como forma de controle. Uma segunda possibilidade para o manejo é
o emprego de controle físico. Considerando a presença do(s) patógeno(s) em
diversas áreas de cultivo, estratégias direcionadas à redução do inóculo no solo
pode ser uma boa opção de controle. Neste contexto, o uso de energia solar para
desinfestação de solo por meio do calor em coletor solar é uma alternativa
(BEDENDO, 2011a; GHINI, 2004).
Diante do cenário apresentado, o presente trabalho objetivou estimar a
virulência dos patógenos isolados de áreas com histórico da doença, avaliar a
12
resistência genética de variedades comerciais e o uso de coletor solar como
alternativas de manejo da doença.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A produção de hortaliças em Arapiraca
A cidade de Arapiraca está situada na região Agreste do estado de Alagoas.
Sua localização estratégica, no centro do estado, facilita fluxo comercial entre as
diversas cidades que fazem fronteira com o município. Famosa por sua feira-livre e
pela cultura do fumo (tabaco), a qual lhe rendeu o título de “Capital brasileira do
fumo”, hoje vive um cenário voltado principalmente para comércio e prestação de
serviços (ROMÃO, 2008).
A cultura fumageira foi por muitos anos uma das maiores fontes de renda do
município. Essa produção fez com que se instalassem na região diversas indústrias
nacionais e internacionais, as quais impulsionaram a economia local por meio da
produção de fumo de corda e exportação de tabaco. O cultivo do fumo em Alagoas,
voltado para o fumo de corda, levou a um sistema de divisão da terra em pequenos
lotes, minifúndios. Embora esta divisão de terras permaneça até os dias atuais, a
produção já não é majoritariamente de fumo. A partir do final da década de 1980, a
demanda pelo fumo reduziu fenômeno mundial que também atingiu o Brasil e, mais
especificamente os fumicultores alagoanos. A baixa demanda aliada aos baixos
preços praticados desencadeou o fechamento de várias indústrias tabagistas
(GUEDES, 1999; SANTOS, 2014).
Como consequência, todos os envolvidos na cadeia de produção do fumo
começaram a diversificar suas atividades. No extremo da cadeia, os produtores
passaram a explorar o plantio de mandioca (Manihot esculenta Crantz), feijão
(Phaseolus vulgaris L.), feijão-de-corda (Vigna unguiculata (L.) Walp) e milho (Zea
mays L.). Posteriormente, a produção de olerícolas foi implementada e,
recentemente, alguns agricultores iniciaram o cultivo de abacaxi (SANTOS, 2014).
Ao se considerar a diversificação convém ressaltar que os produtores rurais, por
possuírem pequenas propriedades, com área inferior a três hectares, exercem a
agricultura de forma intensiva, priorizando culturas de rápido retorno econômico.
Neste contexto, fica fácil entender o crescimento da olericultura e sua importância na
13
região por agregar culturas de ciclo curto e elevada demanda, sobretudo as
classificadas como folhosas.
Atualmente, Alagoas é autossuficiente em folhosas como coentro, alface e
cebolinha. O abastecimento da CEASA de Maceió e feiras-livres das cidades do
interior por estas olerícolas, sobretudo o coentro, é feito com a produção oriunda de
Arapiraca (ALAGOAS, 2014).
2.2 Aspectos gerais e importância da cultura do coentro
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma planta herbácea, de ciclo anual,
nativa do Mediterrâneo e do Oriente Médio. Possui germinação epígea, raiz
pivotante, caule ereto simpodial com folhas superiores compostas e inferiores do tipo
pinatífidas, flores hermafroditas (brancas ou róseas) e inflorescência tipo umbela
composta. O fruto é um esquizocarpo com dois mericarpos que abrigam em seu
interior um carpóforo. A planta é de coloração predominantemente verde, mas com o
amadurecimento, com o fim da ontogênese, é comum a mudança de cor em várias
de suas partes devido a presença de antocianinas (DIEDERICHSEN, 1996).
No Brasil, a produção de coentro é voltada para comercialização da erva
fresca, in natura, para ser consumida em saladas ou como condimento. As folhas,
caules, frutos e raízes podem ser utilizados na culinária, frescos ou secos, inteiros,
picados ou moídos. Os frutos, além de consumidos como condimento, podem ser
processados para extração do óleo essencial e da oleoresina (DIEDERICHSEN,
1996; CHARLES, 2013). Em outros países o coentro, além de ser utilizado na
alimentação,
também
é
empregado
em
tratamento
medicinal,
bebidas,
aromatizantes, repelentes, cosméticos, fragrâncias, dentre outros (NADEEM et al.,
2013).
Além das propriedades aromatizantes,
possui
ação
antibacteriana,
antifúngica e antioxidante (MANDAL; MANDAL, 2015).
É difícil estimar a produção mundial de frutos (sementes) de coentro por falta
de dados oficiais. Isto porque grande parte da produção é realizada em pequena
escala e não entram em dados estatísticos. Estima-se que a área plantada esteja
em torno de 550 mil hectares/ano e a produção de aproximadamente 600 mil
toneladas. Os principais produtores são Ucrânia, Rússia, Índia, Marrocos, Argentina,
México e Romênia, que exportam para os Estados Unidos da América, Oriente
14
Médio, União Europeia e Sudeste Asiático. A produção de coentro para uso in natura
não possui muita relevância em termos mundiais, porém, seu cultivo é bastante
difundido na Síria, Índia, China, Sudeste Asiático e na América Central e do Sul
(DIEDERICHSEN, 1996).
No Brasil, a cultura possui um volume de produção que chega a mais de 108
mil toneladas, sendo uma quantidade superior a 70% desta produção oriunda da
região Nordeste do país (BRASIL, 2006). Em 2009, foram comercializadas no país o
equivalente a 516 toneladas de sementes da cultivar Verdão e mais de 63 toneladas
da cultivar Português (ABCSEM, 2009). Dados referentes ao mercado local são
escassos, restringindo-se a média de preços praticados na CEASA em Maceió e a
procedência do vegetal (ALAGOAS, 2014).
O coentro é uma cultura de clima quente e não tolera baixas temperaturas. A
maioria das variedades comercializadas pode ser cultivada na região Nordeste do
Brasil em todas as estações do ano, conforme indicado nos catálogos das principais
empresas que comercializam sementes de hortaliças no país (Hortivale, ISLA e
Feltrin). As principais cultivares são: Verdão, Americano, Gigante e Português
(FILGUEIRA, 2008). Além destas, também estão disponíveis: Rei, Tabocas,
Tapacurá e HTV Dom Luiz. Destas, as variedades Português e Tapacurá são as
únicas indicadas para cultivo nas regiões Sul e Sudeste do Brasil durante todo o
ano, podendo ser cultivadas no Nordeste durante a estação fria. Na região Agreste
de Alagoas se destaca a variedade Verdão.
Embora a recomendação geral seja para que a colheita ocorra entre o 50 o a
70o dia após a semeadura (FILGUEIRA, 2008), na região agreste do estado de
Alagoas, durante os meses mais quentes do ano, ela é feita entre o 30 o e 40o dia
após a semeadura. Neste caso, a planta é colhida inteira, antes da frutificação, com
folhas, hastes e talos frescos, ainda tenros. São formados molhos ou maços
contendo, aproximadamente, 22 plantas com 25 a 30 cm de altura (altura sem as
raízes), os quais são comercializados em feiras e supermercados locais (informação
pessoal)1.
1
Informações obtidas pelo autor.
15
Normalmente as plantas são colhidas na véspera da comercialização e, como
são transportadas sem refrigeração, é comum a ocorrência de perdas em razão da
murcha das plantas. Caso o transporte fosse feito em condições refrigeradas, o
frescor natural das plantas seria mantido por aproximadamente 8 dias (informação
pessoal)2. Pouco difundida na região, a melhor forma de conservar as propriedades
da planta é o processamento de frutos e folhas desidratadas, pois permite o
armazenamento e a comercialização por mais tempo, além de torná-lo mais
palatável e rentável (BHAT et al., 2014).
2.3 Problemas fitossanitários
Em outros países, como Itália, Porto Rico, Califórnia, Índia, Taiwan e Bulgária,
já foram relatados diversos microrganismos causando doença em coentro. As
seguintes espécies de fungos são relatadas como patogênicas: Pythium ultimum
(GARIBALDI et al., 2010) e Fusarium solani (JENSEN; ABAD, 2009; BHALIYA;
JADEJA, 2014) causando podridão de raiz e colo, Fusarium oxysporum causando
murcha vascular (KOIKE; GORDON, 2005), Sclerotinia sclerotiorum causando mofobranco (REIS; NASCIMENTO, 2011), Macrophomina phaseolina causando murcha e
podridão radicular (RODEVA et al., 2010). Para bactérias, um número menor de
espécies são relatadas, sendo: Xanthomonas campestres pv. coriandri causando
manchas em folhas e caules (LEE et al., 2004; GUEVARA; MASELLI, 2005) e
Pseudomonas syringae pv. coriandricola causando mancha foliar (PERNEZNY et
al., 1997; TOBEN; RUDOLPH, 1997; GUPTA et al., 2013). Por fim, há relatos de
uma virose, causada por Groundnut Ring Spot Virus (GRSV) (LIMA et al., 1999) e
uma nematose, causada por Meloidogyne incognita (BIONDI et al., 2001; SINGH,
2011).
No Brasil, até pouco tempo, os estudos voltados aos problemas fitossanitários
associados à cultura do coentro eram restritos à identificação de fungos associados
às sementes ou à possibilidade da planta servir como hospedeira alternativa de
patógenos que acometem outras apiáceas (TRIGO et al., 1997; PEDROSO et al.,
2013). Sendo relatadas as seguintes espécies: Alternaria alternata, A. dauci, A.
radicina, Fusarium sp., Aspergillus spp., Penicillium spp., Rhizopus sp., Cercospora
sp. e Cladosporium spp..
2
Informações obtidas pelo autor.
16
Nos últimos anos na região agreste do estado de Alagoas, após frequentes
relatos de mortes de plantas apresentando lesões necróticas no colo e raízes,
pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas do Campus Arapiraca e do
Centro de Ciências Agrárias (CECA), Rio Largo – AL, iniciaram estudos para
identificar os agentes causais envolvidos e aspectos epidemiológicos. Em
levantamento realizado em áreas de plantio, nas safras 2012/2013 e 2013/2014, foi
estimada prevalência da doença, respectivamente, 84 e 79% (FERREIRA, 2013;
SANTOS et al., 2014). Ainda em 2013, foi evidenciado que o problema é decorrente
não de um patógeno, mas de um complexo fúngico, constituído por espécies de
Rhizoctonia, Pythium e Fusarium (FERREIRA, 2013). Recentemente, utilizando
marcadores moleculares, a etiologia deste complexo foi aprofundada, sendo
discriminadas as seguintes espécies de fungos: R. solani, F. inflexum, F. lacertarum,
F. falciforme e o Oomiceto: P. irregulare (INFANTE, 2016).
2.4 Dano em plântulas, murcha e podridão radicular
O dano em plântulas, ou tombamento, e a podridão de raiz e colo são
doenças provocadas por patógenos que atacam diretamente as sementes ou tecidos
vegetais formados logo após a germinação. Quando o ataque ocorre antes da
emergência da plântula, ocorre tombamento de pré-emergência e, caso ocorra após,
a doença é denominada como tombamento de pós-emergência. Quando não ocorre
o tombamento, o sistema radicular e o colo acabam sofrendo danos, lesões
necróticas, que resultam na redução da capacidade da planta em absorver água e
nutrientes. Os agentes causadores de tombamentos e podridões radiculares são
microrganismos, sobretudo fungos e oomicetos, habitantes do solo, saprófitas e
parasitas facultativos (BEDENDO, 2011a; c).
Os sintomas de tombamentos nas sementes são o escurecimento, perda da
rigidez e decomposição dos tecidos. Nas plântulas ocorre o aparecimento de
manchas encharcadas que evoluem para manchas escuras e deprimidas. Tecidos
tenros, formados após a germinação, que possuem menor resistência à penetração
e colonização, associados à umidade elevada do ambiente, favorecem o
desenvolvimento da doença. Assim, com o enfraquecimento do caule, ocorre o
tombamento da plântula (BEDENDO, 2011a).
17
A murcha é um sintoma complexo de origem diversa. No entanto, a murcha
de origem biótica, ocasionada por organismos patogênicos, ocorre devido à
destruição parcial do sistema radicular ou pelo impedimento do fluxo de seiva bruta
através dos vasos do xilema (BEDENDO, 2011b).
Os principais agentes infecciosos causadores de tombamento são fungos dos
gêneros Rhizoctonia e Fusarium e Oomicetos dos gêneros Pythium e Phytophtora.
Estes gêneros também são referenciados como responsáveis por grande parte das
podridões de raiz e colo de plântulas em várias culturas de interesse agrícola
(BEDENDO, 2011a).
2.5 Classificação e principais características
envolvidos: Fusarium, Pythium e Rhizoctonia.
dos
patógenos
Fungos do gênero Fusarium Link 1809 pertencem ao reino Fungi, Filo
Ascomycota,
classe
Sordariomycetes,
subclasse
Hypocreomycetidae,
ordem
Hypocreales e família Nectriaceae (INDEX FUNGORUM, 2017), a qual possui
grande diversidade de espécies fitopatogênicas possuidoras de fase teleomorfa e
anamorfa. Na fase teleomorfa as principais características taxonômicas de
Hypocreales são: produção de ascomas do tipo peritécio, rostrados ou não,
geralmente de coloração viva, alaranjada ou avermelhada, com textura carnosa ou
cerosa, usualmente agrupados sobre ou imersos em um estroma (MASSOLA JR;
KRUGNER, 2011).
As espécies de teleomorfos associados à Fusarium estão distribuídos entre
os gêneros Nectria, Gibberela e Haematonectria (MASSOLA JR; KRUGNER, 2011).
Destes, Gibberella é o mais comum, estando ligada à maioria das espécies de
Fusarium e inclui espécies de patógenos importantes, como Gibberella zeae
(Fusarium graminearum) e Gibberella moniliformis (Fusarium verticillioides) (LESLIE;
SUMMERELL, 2006). A substancial diversidade de formas não-patogênicas e
patogênicas, a plantas e ao homem, com diferenças sutis entre os mais diversos
caracteres morfológicos e fisiológicos, obrigou pesquisadores e micologistas a
diversas tentativas de agrupamento entre os táxons. Com o advento da biologia
molecular o conceito de espécie filogenética poderá ser a solução para vários
dilemas da definição de espécie. No entanto, se espera dos pesquisadores bom
senso, e que aportes importantes como caracteres morfoculturais e o conceito de
18
espécie biológica não sejam descartadas, causando confusão e perdas irreparáveis
para
diversos
setores
que
se
utilizam
desses
microrganismos
(LESLIE;
SUMMERELL, 2006).
Na fase anamórfica são produzidos dois tipos de esporos assexuados: os
micros e os macroconídios. Os microconídios apresentam diferentes formas,
cilíndrico a oval, hialinos, uni ou bicelulares, formados em grande quantidade. Os
macroconídios são produzidos em esporodóquios, são multiseptados, fusiforme,
falcados e são em média quatro vezes maior que os microconídios (WINDELS,
1991; MILANESI, 2009).
Adicionalmente, com função de sobrevivência e
disseminação, são produzidas estruturas unicelulares denominadas clamidósporos
(BEDENDO, 2011c).
O gênero Rhizoctonia pertence ao Reino Fungi, Filo Basidiomycota, Classe
Agaricomycetes, Sub classe Incertae sedis, Ordem Cantharellales e Família
Ceratobaidiaceae (INDEX FUNGORUM, 2017). Este fungo ocorre na maior parte do
tempo, na forma assexual, não produzindo esporos durante a fase vegetativa. Por
isso, muitas vezes é denominado de micélio estéril, pois não forma esporos
assexuais. Entretanto, o gênero Rhizoctonia possui fase teleomórfica, a qual
corresponde
aos
gêneros
Thanatephorus,
Helicobasidium,
Ceratobasidium,
Tulasnella, Waitea ou Sebacina. No entanto, os gêneros Thanatephorus e
Ceratobasidium, são os mais conhecidos, pois são associados a importantes
patógenos em diversas culturas de importância mundial (SNEH et al., 1996). O
basidiomiceto Thanatephorus cucumeris, está associado a vários grupos de
anastomose de R. solani (MASSOLA JR; KRUGNER, 2011).
Thanatephorus Donk, possbui Basidioma aracnóide, pelicular ou submembranoso. Hifas secundárias, frequentemente, com constrição perto do ponto de
ramificação, relativamente largo (até 17 µm) com grampos multinucleados. Não
possui cistídias e outros elementos himeniais. Basídia hialina, de paredes finas,
com formas sub-cilíndricas ou amplamente clavadas, com a mesma largura, ou
ligeiramente maior do que a hifa de suporte, com esterigmata robusto, com base
relativamente larga (STALPERS; ANDERSEN, 1996).
O estado anamorfo de R. solani é caracterizado apenas pela presença de
micélio, sem produção de esporos assexuais, e pela ramificação em ângulo reto,
19
com septação, constrição na base imediatamente após a ramificação e septo
dolíporo (ADAMS, 1988).
A anastomose consiste na fusão ou união entre hifas de isolados com
similaridade genética, para efeitos de diferenciação, consiste na manifestação
somática ou vegetativa de incompatibilidade entre hifas de diferentes isolados
relacionados. A separação por Grupos de Anastomose (AG) tem sido importante
suporte para a taxonomia desse gênero (CARLING, 1996). Em R. solani, atualmente
existem 13 (AG’s) e tentativas de agrupamentos entre grupos (CARLING et al.,
2002).
A R. Solani sobrevive de forma saprofítica no solo, ou em estado de
dormência, como micélio e escleródios, respectivamente. Esses propágulos,
geralmente encontrados, nas camadas superficiais do solo, até 10 cm, são
detectados com relativa facilidade, porém é difícil a sua quantificação (CARDOSO,
1994).
O gênero Pythium Pringsh. 1858, pertence ao Reino Chromista, filo
Oomycota,
classe
Peronosporea,
subclasse
Peronosporiadae,
ordem
Peronosporales e a família Pythiaceae (INDEX FUNGORUM, 2017). É um habitante
do solo amplamente distribuído no mundo. São caracterizados através da sua
reprodução assexual pela formação de zoósporos biflagelados, lobulados e
globulosos, que permitem movimentos no meio. Possui talo micelial diploide com
hifas asseptadas. A reprodução sexual é caracterizada pela formação do oósporo,
originado a partir fecundação do oogônio (gametângio masculino) pelo anterídio
(gametângio feminino), que possui uma espessa parede externa, caracterizando um
esporo de resistência, em condições adversas (MASSOLA JR; KRUGNER, 2011).
Nos últimos anos, com o advento de ferramentas mais sensíveis que a
classificação por características morfológicas, os táxons tem se modificado,
agrupando-os não mais apenas por proximidade morfológica. No entanto, para
muitos grupos, os aspectos morfológicos ainda auxiliam as técnicas moleculares e
para outros a morfologia continua sendo uma importante ferramenta para a
classificação (MASSOLA JR; KRUGNER, 2011).
20
2.6 Manejo de murcha e tombamento de plântulas
Na agricultura intensiva, os cultivos são frequentes e continuamente
plantados na mesma área. Isso conduz a um rápido crescimento de populações de
patógenos habitantes do solo, especialmente os causadores de doenças no sistema
radicular. Por isso, há a necessidade de desenvolver métodos de manejo que
possam garantir produtividade e estabilidade das culturas (KATAN, 1999).
Com relação ao manejo, as doenças radiculares são difíceis de serem
controladas, pois os patógenos estão adaptados ao ambiente subterrâneo em
associação com o hospedeiro. Além do mais, devido ao ambiente em que estes
organismos se encontram, o solo, e entre outros fatores que os favorecem são
difíceis de serem estudados e eliminados pela aplicação de defensivos ou por
antagonistas (BRUEHL, 1987). Sendo assim, é necessária a integração entre os
diferentes métodos de manejo disponíveis, como controle cultural, genético, físico,
biológico e o químico.
As medidas de controle adotadas para estes grupos de doenças focam na
redução da quantidade de inóculo, na promoção do desenvolvimento da plântula e
na redução de condições ambientais favoráveis ao patógeno. Dentre as principais
estratégias de manejo da doença estão o uso de sementes sadias e certificadas, o
tratamento de sementes com fungicidas ou com organismos antagonistas, o
tratamento do solo com fungicidas e a rotação de culturas (BEDENDO, 2011a; b).
Dessas estratégias de manejo, apenas a compra de sementes certificadas
tem sido adotada pelos produtores da região. Entretanto, conforme resultados
obtidos em lotes comerciais de coentro (PEREIRA et al., 2005), essas sementes
podem não estar isentas de patógenos. Para situações como essas, durante muito
tempo, um dos principais agentes desinfestantes do solo foi o Brometo de Metila,
capaz de controlar agentes fitopatogênicos, artrópodes, ervas daninhas e etc.
Entretanto, devido aos inúmeros problemas ambientais, como a destruição de
camada de ozônio e os efeitos agudos e crônicos na saúde do homem e o seu efeito
biocida no solo, ocasionados principalmente, pelo seu uso como agroquímico, o
mesmo foi retirado do mercado para este fim, e a busca de alternativas para o
controle destas pragas agrícolas tornou-se crucial (KATAN, 1999).
21
Os substitutos do Brometo de metila, não são eficientes para todos os casos
necessitando de constante integração entre eles. Como alternativas ao controle de
fitopatógenos pelo uso do brometo o controle genético através de variedades
resistentes (BILGI et al., 2008; QUESADA-OCAMPO; HAUSBECK, 2010) e controle
químico pelo uso de novos agroquímicos para o tratamento de solo e sementes
(MAUGHANA et al., 1991; ROSE et al., 2003; BARBOSA et al., 2013), o controle
físico por meio da solarização (KATAN, 1999; KATAN, 2015) e de coletor solar
(GHINI, 2004), o controle biológico com organismos antagônicos fúngicos (ELAD et
al., 1980; EL KOMY et al., 2016) e bacterianos (SALEH et al., 2013; XU; KIM, 2016),
o controle cultural (SPECHT; LEACH, 1987), dentre outros.
2.7 Virulência de agentes fitopatogênicos
Um organismo é considerado patogênico quando o mesmo é capaz de causar
doença. A depender da interação dos diversos genótipos, tanto do hospedeiro,
quanto do patógeno, teremos diferentes níveis agressividade, definidas como
virulência do patógeno. Estes, por sua vez podem expressar maior ou menor
virulência, quando comparadas entre populações do patógeno ou variedades de
uma mesma espécie hospedeira (CAMARGO, 2011a; b).
Apesar da murcha, a podridão de raízes e colo e o tombamento serem
altamente destrutivas para a cultura do coentro, poucas são as informações
relacionadas sobre seus agentes e que possam subsidiar a implementação de
técnicas mais direcionadas de manejo.
Existem muitos métodos para produção de inóculo, entretanto, nenhum deles
é amplamente adotado para todos os patógenos estudados devido as peculiaridades
relacionadas à biologia de cada microrganismo envolvido, as características do
hospedeiro, a dificuldade de manipulação pelo operador e a reprodutibilidade do
método.
Na condução deste trabalho foram utilizados métodos já estabelecidos para
cada gênero em estudo. Estes métodos proporcionam condições semelhantes à
forma com que os patógenos sobrevivem no solo, simulam a ocorrência da doença
no campo e ainda são de fácil reprodutibilidade, o que evita variações entre as
repetições.
22
2.8 Resistência de genótipos a patógenos causadores de d anos à
plântulas e podridões de raízes e colo e murcha
O controle genético é o método ideal por ser inerente a planta cultivada,
possuir baixo impacto ambiental e não onerar a cultura após o plantio, reduzindo as
perdas com a doença. Para alguns patossistemas, esse é o único método viável de
manejo de doenças (CAMARGO, 2011a).
A obtenção de uma variedade resistente se inicia com a busca de genes de
resistência à doença alvo. Preferencialmente a busca deve ser iniciada entre
variedades comerciais, pois esse material já teve muitas de suas características
indesejáveis eliminadas durante o processo de domesticação. No entanto, em
virtude da domesticação, vários genes que poderiam conferir resistência podem ter
sido perdidos e seja necessário recorrer a bancos de germoplasmas (LIMA et al.,
2005).
É tido como premissa que, devido a inespecificidade e a agressividade dos
patógenos radiculares, as chances de sucesso do controle genético são pequenas
(BEDENDO, 2011a; c). No entanto, há vários casos de sucesso do seu uso no
manejo de doenças em diferentes patossistemas: soja X Phytophtora sojae
(SOARES; ARIAS, 2016), soja X Meloidogyne incognita (MELO et al., 2016), tomate
X Meloidogyne spp. (WILLIAMSON, 1998), batata X Phytophthora infestans
(PEREIRA et al., 2013), entre outros.
Para o patossistema soja X Phytophtora sojae, por exemplo, a resistência
genética é o principal meio de controle da doença. Mas, integrar os métodos de
controle e combiná-los com altos níveis de resistência parcial, melhorar as condições
físicas do solo, com drenagem e descompactação, pode ser tão efetivo quanto à
resistência completa ou uso de fungicidas, na maioria dos ambientes (SOARES,
2011). No entanto, as utilizações destes métodos estão ligadas ao próprio manejo,
uma vez que integrar os métodos é a forma mais eficaz para manutenção da
resistência genética.
No caso de murchas vasculares, os patógenos deste grupo, apresentam
maior especificidade em relação ao hospedeiro e aos tecidos que atacam. Essa
especificidade, que chega, muitas vezes, até nível de raça fisiológica, permite maior
facilidade na obtenção de variedades resistentes (BEDENDO, 2011b).
23
Em testes de resistência com variedades de Vigna unguiculata à Rhizoctonia
solani (NECHET;
HALFELD-VIEIRA,
2007),
linhagens de
Glycine
max à
Phytophthora sojae (COSTAMILAN et al., 2015) e com espécies de Passifloráceas à
Nectria haematococca [F. anamórfica: Fusarium solani (Mart.) Sacc.] (FISCHER et
al., 2005; FISCHER et al., 2010), foram verificados diferentes níveis de resistência
nesses patossistemas. Logo, resistência genética pode compor as práticas de
manejo de doenças, pois o uso de materiais mais resistentes proporciona maior
eficiência no uso de outras medidas, principalmente quando aplicadas de maneira
integrada.
2.9 Coletor solar para o manejo de patógenos radiculares
O controle físico de doenças de plantas se utiliza de fatores físicos, formas de
energia, tais como a radiação e a temperatura. A radiação é utilizada pela
eliminação de alguns comprimentos de ondas, o uso de radiação ultravioleta e/ou a
radiação ionizante. A temperatura pode ser baixa, como refrigeração de produtos
armazenados, ou alta, como no tratamento térmico de frutas, legumes e órgão de
propagação e ainda, no tratamento de solo, através do vapor ou da solarização
(BEDENDO et al., 2011a).
A técnica de solarização foi desenvolvida em Israel e é baseada no uso da
energia solar para reduzir a quantidade de inóculo presente no solo. Utilizada antes
do plantio, é preciso manter o solo úmido, coberto por filme plástico e exposto à
radiação por determinado tempo para que atinja temperaturas altas para que seja
obtido o efeito esperado (KATAN et al., 1976; BEDENDO et al., 2011a). O manejo
inadequado da água, como inundações e drenagem deficiente pode limitar
severamente a utilidade de solarização (MCGOVERN et al., 2000), durante ou após
o procedimento.
Para desinfestação de volumes menores de solo ou substratos para mudas, o
coletor solar é promissor, além do baixo custo de confecção, é apontado como
eficaz para o controle dos principais patógenos veiculados pelo solo (GHINI, 1997;
2004). Em áreas menores como de olerícolas, especialmente, na cultura do coentro
poderá integrar estratégias de manejo de desinfestação do solo do canteiro entre
ciclos culturais.
24
Exemplos da eficiência da solarização podem ser verificados em trabalhos
realizados em diferentes regiões e espécies, como em: Fusarium oxysporum f. sp.
lactucae (MATHERON; PORCHAS, 2010), Pythium spp. (BETTIOL et al., 1994;
MCGOVERN et al., 2002), Phytophthora nicotianae (MCGOVERN et al., 2000),
Rhizoctonia solani (MCGOVERN et al., 2002; PATRÍCIO et al., 2007), Pyrenochaeta
lycopersici (VITALE et al., 2011) e Ralstonia solanacearum (PATRÍCIO et al., 2005).
A eficiência do coletor solar foi verificado para vários fitopatógenos como: Sclerotium
rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum, Fusarium solani f. sp. phaseoli e Pythium
aphanidermatum (GHINI, 1993).
O efeito da solarização pode não ser suficiente para eliminar o patógeno
desejado,
mas
enfraquece
seus
propágulos
e
favorece
aos
organismos
antagonistas. Em geral, os antagonistas toleram temperaturas mais altas, evitando o
vácuo biológico e dificultando reinfestações no solo tratado. Isso indica uma
complementaridade do efeito térmico da solarização com o favorecimento da
atividade microbiana (BEDENDO et al., 2011a). Nos últimos anos tem se estudado
adição de restos vegetais e outros compostos a fim de aumentar a eficácia da
solarização (AMBRÓSIO et al., 2008; GILARDI et al., 2014).
A solarização apresenta grande potencial para o tratamento de solos em
regiões tropicais e pode ter sua eficiência ampliada ao ser associada a outros
métodos de controle, como o biológico, químico e genético (STEVENS et al., 2003).
O manejo da podridão radicular e de colo em coentro requer um estudo
detalhado, pois a diversidade dos microrganismos causadores dessas doenças
dificulta a adoção dos métodos de manejo, já citados. A necessidade da solução
desse problema mostra a importância desse estudo, devido à escassez,
generalizada, de informação a cerca desse patossistema. Sendo assim, este
trabalho estimou a virulência dos patógenos isolados de áreas com histórico da
doença, avaliou a resistência genética de variedades comerciais e o uso de coletor
solar como alternativas de manejo da doença.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para verificar a incidência de fungos, naturalmente presentes nas sementes,
foram realizados testes de incubação em substrato de papel (“Blotter test”). A
25
qualidade fisiológica e o vigor das sementes foram avaliados pelo teste de
germinação e emergência. Todos os sete lotes das variedades selecionadas
(Verdão, Verdão Super, Português, Tabocas, Tapacurá, HTV Dom Luiz e Rei) foram
submetidos aos testes. Adicionalmente, amostras de sementes destinadas ao
consumo, mas que são comumente utilizadas por produtores da região para o
estabelecimento de plantios, denominado "Sacaria", também foi estudado em
conjunto com as demais variedades. Os experimentos para verificar a virulência dos
isolados e o efeito destes em variedades comerciais foram realizados com
inoculação artificial, enquanto que para o teste com o coletor solar, foi utilizado solo
naturalmente infestado. Todos os testes que envolveram inoculação foram
conduzidos em casa de vegetação. A irrigação foi realizada em dois turnos de
acordo com a necessidade da cultura.
3.1 Teste de germinação e emergência
O teste de germinação foi conduzido com 100 sementes de cada variedade
utilizada. As sementes foram desinfestadas por meio da imersão destas em
hipoclorito de sódio a 1% por 1 minuto. Em seguida as sementes foram fracionadas
em quatro grupos, contendo 25 sementes cada. As sementes de cada grupo foram
depositadas em caixas plásticas tipo gerbox contendo, previamente, sobre o seu
fundo três folhas de papel filtro umedecidas com água destilada e esterilizada (ADE),
o equivalente a 2,5 vezes o peso do papel seco. As caixas foram mantidas em
germinador (BOD – Biochemistry Oxigen Demand) a 20ºC (±2ºC). As contagens
foram realizadas aos sete e quatorze dias após a semeadura, conforme os critérios
estabelecidos pelas Regras para Análise de Sementes - RAS (BRASIL, 2009). O
experimento foi montado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com oito
tratamentos, quatro repetições (cada grupo de 25 sementes constituiu uma
repetição).
3.2 Teste fitossanitário
As sementes, de todos os lotes e variedades utilizados foram previamente
desinfestadas conforme descrito no o item 3.1. Para cada variedade, as sementes
foram depositadas sobre papel filtro, mantendo-as distantes um centímetro uma das
outras, no interior de caixas tipo Gerbox. Em seguida as caixas foram submetidas ao
resfriamento, a uma temperatura de 16ºC, por 12 horas. Em seguida, as caixas
26
foram alocadas em câmaras BOD por 10 dias a 20 ± 2ºC e fotoperíodo de 12 horas.
Após o período de permanência as sementes foram examinadas individualmente
com auxilio de um microscópio estereoscópio em busca de estruturas típicas de
crescimento de fungos. As estruturas, quando presentes, foram coletadas e
utilizadas para confecção de lâminas de microscopia, as quais foram examinadas
com o uso de microscópio ótico e a identificação em nível de gênero feita pelo uso
de chaves de identificação (BRASIL, 2009). As principais chaves de identificação
utilizadas neste trabalho estavam contidas em Illustrated Genera of Imperfect Fungi
(BARNETT; HUNTER, 1998).
3.3 Testes in vivo
3.3.1. Etapas comuns
3.3.1.1. Isolados
Os isolados utilizados foram provenientes do Laboratório de Fitopatologia do
CECA – UFAL (Tabela 1). Todos foram isolados a partir de plantas de coentro,
variedade Verdão, com sintomas de tombamento, cultivadas em solo proveniente de
áreas de cultivo convencional da Zona Rural do município de Arapiraca – AL. A
espécie e a patogenicidade de todos os isolados foram previamente estabelecidas
(INFANTE, 2016).
Tabela 1: Isolados fúngicos obtidos de plantas de coentro com sintomas de tombamento.
Isoladoa
A1.8
A3.18
A3.1
A3.3
A1.11
A4.19
A2.2
Isoladob
P
R
F01
F02
F03
F04
F05
Espéciec
Pythium irregulare
Rhizoctonia solani (AG-4)
Fusarium inflexum
F. lacertarum
F. inflexum
F. falciforme
F. inflexum
Complexod
oxysporum
incarnatum-equiseti
oxysporum
solani
oxysporum
Fonte: autor, 2017.
a
identificação anterior; bNova identificação dada pelo autor; cespécie filogenética e; dconjunto de
espécies estreitamente relacionadas devido a isolamento reprodutivo ou partilhando de
características morfológicas tornando-as de difícil distinção ou demarcação entre espécies crípticas.
3.3.1.2. Preparo do inóculo sólido
O inóculo consistiu de substrato sólido colonizado pelo patógeno desejado.
Para sua confecção, cada isolado foi previamente cultivado em placa de Petri
contendo batata dextrose ágar (BDA) por sete dias a 25±2°C. Discos de BDA
27
contendo estruturas do patógeno com 9 mm de diâmetro, extraído da borda da
colônia, foram utilizados para colonização do respectivo substrato, o qual variou em
função da espécie, para produção de inóculo. Antes de cada ensaio, a viabilidade do
inóculo foi avaliada pelo crescimento micelial resultante da deposição de uma fração
deste sobre BDA.
Rhizoctonia solani
Utilizou-se metodologia descrita por Michereff Filho et al. (1996), com
adaptações. Cinco discos de BDA contendo estruturas do patógeno foram
depositados em erlenmeyer contendo 60 g de arroz esterilizado. O erlenmeyer foi
mantido por oito dias a 25 (± 2°C) e fotoperíodo de 12 h. Em seguida o arroz
colonizado foi depositado sobre saco de papel e mantido sobre bancada, em
temperatura ambiente, por 96 horas, para secagem. Posteriormente, o arroz
colonizado foi triturado em liquidificador e o pó resultante constituiu o inóculo, o qual
foi utilizado imediatamente.
Fusarium spp.
Seguindo a metodologia de “chaff-grain” descrita por Leslie e Summerell
(2006), com adaptações, cinco discos de BDA contendo estruturas do patógeno
foram depositados em erlenmeyer contendo uma mistura de farelo de trigo e grãos
de aveia em casca, na proporção de 5:1 (v/v), umedecida com o mesmo volume de
água destilada estéril (ADE). O substrato úmido foi mantido em geladeira por 12h a
5ºC. Após esse período a água foi drenada e o substrato prensado e esterilizados
em autoclave (120ºC, 30 minutos, 1,5 atm) por duas vezes com intervalo de 24
horas. O erlenmeyer foi mantido por oito dias a 25±2°C com fotoperíodo de 12
horas. O substrato colonizado foi depositado sobre sacos de papel para secagem
em condição ambiente por 96 horas. Em seguida o substrato seco foi triturado em
um liquidificador. O pó resultante constituiu o inóculo, o qual foi utilizado
imediatamente.
Pythium sp.
Foi empregada metodologia proposta por Bardin et al. (2004), com
adaptações. Cinco discos de BDA contendo estruturas do patógeno foram
depositados em erlenmeyer contendo uma mistura de farelo de trigo, farinha de
28
milho e água, na proporção de 1:1:1 (v/v/v). Após ser homogeneizado o substrato foi
drenado e esterilizado em autoclave por (120ºC, 30 minutos, 1,5 atm) por duas
vezes com intervalo de 24 horas. Após ser mantido por 8 dias a 25 (± 2°C) e
fotoperíodo de 12 horas, o substrato colonizado foi depositado sobre sacos de papel
e deixados a temperatura ambiente durante 96 horas para secar. Em seguida o
substrato seco foi triturado em um liquidificador. O pó resultante constituiu o inóculo,
o qual foi utilizado imediatamente.
3.3.1.3. Infestação do solo e semeio
O solo utilizado foi proveniente da camada superficial de uma área próxima ao
cinturão verde de Arapiraca – AL, anteriormente cultivado com consórcio de feijão e
milho. O solo foi esterilizado em autoclave, por duas vezes (121ºC, 1h a 1,5 atm)
com intervalos de 24 horas. Após a esterilização o solo foi armazenado por sete dias
antes da semeadura. Em seguida o solo foi acondicionado em recipientes
retangulares com 12x18 cm. Em cada recipiente foram marcadas 4 linhas com 1 cm
de profundidade para semeio de 10 sementes/linha, totalizando 40 sementes/
recipiente. O inóculo foi adicionado no momento do semeio, na linha de semeadura,
próximo às sementes, utilizando 0,25 g por linha de plantio. A testemunha recebeu
substrato não colonizado. Os recipientes foram acondicionados em casa-devegetação por 30 dias.
3.3.2. Virulência de isolados causadores de podridão de raiz e colo
Foi avaliada a virulência, de isolados fúngicos cuja patogenicidade foi
previamente estabelecida (Tabela 1). Com este fim, para cada isolado, sementes de
coentro foram depositadas em solo infestado com inóculo do patógeno, conforme
descrito nos itens 3.3.1.1, 3.3.1.2 e 3.3.1.3. A partir da emergência das plântulas foi
realizada inspeção visual e as plantas tombadas e/ou com podridão no colo do caule
foram consideradas doentes. As inspeções prosseguiram até o 30 o dia após a
semeadura. As seguintes variáveis foram estimadas: tombamento de préemergência (TPRE), tombamento de pós-emergência (TPOS), emergência (EME),
incidência (INC), massa fresca total (MFT), massa fresca/planta (MFP), altura (ALT)
e severidade (SEV).
Para todos os tratamentos, as estimativas das variáveis TPRE, TPOS, EME e
INC foram padronizadas em relação a testemunha por meio das seguintes
29
equações: TPRE = 100 - [(plântulas emergidas no tratamento t x 100)/plântulas
emergidas na testemunha]; TPOS = (plântulas tombadas no tratamento t x 100
)/plântulas tombadas na testemunha]; EME = (plântulas emergidas no tratamento t x
100 )/plântulas emergidas na testemunha plantas emergidas no tratamento controle;
INC = (∑pmt + pst) x 100 / (∑pm testemunha +ps testemunha); sendo t - o isolado avaliado;
pm – plantas tombadas ao longo do ciclo; e ps - plantas com sintoma de necrose
em raízes e/ou colo na última inspeção. A MFT foi mensurada com todas as plantas
sobreviventes da parcela, sem as raízes, pesadas em balança de precisão. A MFP
foi obtida pela divisão do peso da MFT pelo número de plantas sobreviventes na
parcela. A variável ALT foi obtida com auxílio de régua graduada, as plantas foram
medidas partir do colo da planta sem as raízes e expressa em centímetros. A SEV
foi obtida por meio de uma escala de notas: 0, não agressivo, a 4, mais agressivo,
conforme a equação:
SEV = [(número de plantas na classe 1 x 1) + (número de plantas na classe 2
x 2) + (número de plantas na classe 3 x 3) + (número de plantas na classe 4 x 4)] /
média de germinação do controle da respectiva cultivar;
Sendo 1= sadia, 2 = sintomática, 3 = tombamento de PÓS-emergência e 4 =
tombamento PRÉ-emergência.
O experimento foi montado em DIC com três repetições, sendo a unidade
experimental constituída por 40 sementes. As plantas mortas eram computadas
diariamente e retiradas para comprovação via isolamento indireto, para confirmação
da identidade do agente causal, garantindo assim que a doença era desencadeada
pelo patógeno inoculado.
3.3.3. Resistência de variedades comerciais
Foi estimada a resistência de oito variedades comerciais de coentro (Tabela
2) a isolados fúngicos com patogenicidade comprovada (Tabela 1). Para cada
combinação variedade/isolado, sementes de coentro foram depositadas em solo
infestado com inóculo do patógeno, conforme descrito nos itens 3.3.1.1, 3.3.1.2 e
3.3.1.3. A partir da emergência das plântulas foi realizada inspeção visual e as
plantas tombadas e/ou com podridão no colo foram consideradas doentes. No
30
momento da colheita, 30 dias após a semeadura, foram avaliadas a MFP, ALT,
EME, INC, TPRE e TPOS e SEV, conforme descrito no item 3.3.2.
Tabela 2. Variedades comerciais de coentro avaliadas.
Variedade
Verdão
Verdão
Verdão super
Português super
Rei
Tabocas
Tapacurá
HTV Dom Luiz
Empresa
comercializadora
Isla
Hortivale
Isla
Isla
Feltrin
Hortivale
Hortivale
Hortivale
Fonte: autor, 2017.
O experimento foi montado em DIC em arranjo fatorial (variedades versus
isolados), quatro repetições, sendo a unidade experimental constituída por 40
sementes. O controle foi constituído pelo solo sem tratamento.
3.3.4. Efeito da desinfestação de solo pel o uso de energia solar para o
controle da murcha, tombamento e podridão de raiz e colo
Coletor solar confeccionado seguindo as especificações técnicas de Ghini
(1997), com adaptações (tubo com 15 cm de diâmetro e 80 cm de comprimento) foi
empregado para desinfestar solo proveniente de área comercial com histórico de
ocorrência da doença. O solo foi acondicionado no coletor solar por diferentes
períodos (1, 2, 3, 4, 5 e 6 dias). Findo os respectivos períodos de tratamento, o solo
tratado foi distribuído em recipientes plásticos retangulares, com capacidade para
2L.
O semeio foi realizado com sementes da variedade Verdão. Em cada
recipiente foram demarcadas 4 linhas com 1 cm de profundidade. Em cada linha
foram distribuídas 10 sementes, totalizando 40 sementes/recipiente. A partir da
emergência das plântulas foi realizada inspeção visual e as plantas tombadas e/ou
com podridão no colo do caule foram consideradas doentes. No momento da
colheita, 30 dias após a semeadura, foram avaliadas as seguintes variáveis: MSP,
ALT, EME, INC, TPRE, TPOS e SEV, conforme descrito no item 3.3.4.
31
O experimento foi montado em DIC com cinco repetições, sendo a unidade
experimental constituída por 40 sementes.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este é o primeiro trabalho a avaliar a importância relativa de diferentes
espécies de fungo como agentes causais de podridões de raiz e colo em coentro em
Alagoas e a buscar alternativas de manejo para a doença na cultura.
4.1 Teste fitossanitário
A quantidade de sementes infestadas nos lotes comerciais avaliados foi
pequena (Tabela 3) ao se considerar ao o que já foi relatado para cultura. Na
segunda metade da década de 1990 foram analisadas 18 amostras de sementes da
variedade Português, de duas safras diferentes, e foram identificados 12 gêneros de
fungos. Em todos os lotes avaliados foram encontrados espécies de Alternaria e
Aspergillus Neste mesmo trabalho, um lote, da safra 1994/95, apresentou 89 e 96%
de incidência média para Fusarium sp e Alternaria alternata, respectivamente, e os
fungos mais frequentes foram: Alternaria alternata, Aspergillus spp., Fusarium spp. e
Penicillium spp. Em outro trabalho mais abrangente, foram avaliadas (TRIGO et
al.,1997).
A quantidade de sementes infestadas nos lotes comerciais avaliados foi
pequena (Tabela 3) ao se considerar ao o que já foi relatado para cultura. Na
segunda metade da década de 1990 foi relatado maior percentual de infestação
(TRIGO et al.,1997). Neste, foram analisadas 18 amostras de sementes da
variedade Português, de duas safras diferentes, e foram identificados 12 gêneros de
fungos. Em todos os lotes avaliados foram encontrados espécies de Alternaria e
Aspergillus Neste mesmo trabalho, um lote, da safra 1994/95, apresentou 89 e 96%
de incidência média para Fusarium sp e Alternaria alternata, respectivamente, e os
fungos mais frequentes foram: Alternaria alternata, Aspergillus spp., Fusarium spp. e
Penicillium spp. Em outro trabalho mais abrangente, foram avaliadas 88 amostras de
sementes provenientes de 15 países distintos, incluindo duas amostras oriundas do
Brasil (HASHMI; GHAFAR, 1991). De modo geral, foi verificada maior diversidade de
espécies, tendo sido relatadas as seguintes espécies: A. alternata, Fusarium
moniliforme, Fusarium oxysporum, Fusarium semitectum, F. solani e Phoma sp. Para
32
as amostra oriundas do Brasil a incidência foi de 100%, porém com uma menor
diversidade: A. alternata, F. moniliforme e F. semitectum. Houve baixa incidência de
fungos como Aspergillus, Penicillium e e Rhizopus (HASHMI; GHAFAR, 1991).
A baixa associação pode ter ocorrido em função do tratamento químico com
fungicidas realizado nas indústrias. Tratadas com Captan (dicarboximida) ou Thiran
(dimetilditiocarbamato), o que deve ter reduzido a quantidade de propágulos de
fungos associados. Isto fica mais evidente ao se considerar que no lote Sacaria
foram encontrados os maiores valores de incidência média, 18% (Tabela 3). A
sacaria são frutos de coentro destinados ao consumo humano comercializados em
lojas de especiarias e condimentos. Mas sua utilização tem sido relatada,
frequentemente, por diversos produtores como forma de baixar os custos de
produção. No entanto, esta redução de custo pode ser um dos principais meios de
disseminação de Fusarium sp., já que mais de 70% das espécies associadas as
sementes de Sacaria são do gênero Fusarium.
Tabela 3 – Incidência total de fungos e de gêneros de fungo detectadas em sementes de diferentes
variedades de coentro.
Variedade
Verdão
Verdão
Verdão super
Rei
Tabocas
Tapacurá
Português super
HTV Dom Luiz
Sacaria
Fonte: autor, 2017.
Marca
Incidência média
comercial
(%)
ISLA
Hortivale
ISLA
Feltrin
Hortivale
Hortivale
ISLA
Hortivale
M.F.
0
0
5
1
0
3
0
2
18
Incidência média por gênero
(%)
Fusarium sp. Alternaria sp. Outros
0
0
2
0
0
0
0
0
13
0
0
0
0
0
3
0
2
2
0
0
3
1
0
0
0
0
3
Grande parte destes isolados foram patogênicos. Resultado relevante, porque
fungos de crescimento rápido, como Fusarium spp., Rhizoctonia spp., Phoma spp.,
Phomopsis spp., entre outros, podem causar a morte das sementes antes mesmo da
germinação (MENTEN, 1995).
4.2 Virulência de isolados causadores de podridão de raiz e colo
As avaliações visuais iniciaram no sexto dia após a semeadura (DAS),
quando as plântulas começaram a emergir. O quadro sintomatológico variou entre
33
os isolados. Foi observado inicialmente um amarelecimento na parte aérea de
algumas plântulas. Naquelas em que foi percebida a associação lesão necrótica no
colo, a ocorrência de tombamento e morte ocorreu em um período inferior a dois
dias. Para as que tinham folhas amareladas sem a presença de cancro na base, as
lesões no colo tornaram-se perceptíveis a partir do 11º DAS e, o colapso na base
com a consequente morte da planta, ocorreu antes do término do experimento, no
30o DAS. Para algumas plantas não foi possível a identificação de sintomas na parte
aérea ou colo até a ocorrência repentina de tombamento e morte. Neste momento,
ao ser retirada do solo se constatava o comprometimento dos tecidos radiculares.
As sementes-frutos de coentro são esquizocarpos globosos, que possuem
dois mericarpos, onde cada mericarpo abriga um embrião (DIEDERICHSEN, 1996),
ou seja, os frutos perfeitos podem originar até duas plântulas. No entanto, nem todos
os frutos geram duas plantas e para testes oficiais, a “Unidade-Semente Múltipla”,
fruto que pode gerar duas plântulas, mesmo produzindo duas plântulas normais
somente uma é contabilizado para o percentual de germinação (BRASIL, 2009).
Para evitar distorções, para estimativas deste trabalho se considerou o número
médio de plantas emergidas no tratamento controle como referência. Assim, os
percentuais das variáveis TPRE, TPOS, EME e INC foram estimados considerando
o número médio mensurado para testemunha como 100%.
O TPRE e EME variaram entre os isolados (P<0,05) (Fig. 1 A e B). Para
TPRE o percentual de plantas mortas antes da emergência foi de 90,48; 9,05; 0;
14,76; 18,57 e 1,9% para P. irregulare, R. solani, F01, F02, F03, F04 e F05,
respectivamente. Para EME foram consideradas plantas emergidas aquelas com a
presença dos cotilédones, sendo as porcentagens de 9,52; 90,95; 100; 85,24; 81,43
e 98,01% estimadas para P. irregulare, R. solani, F01, F02, F03, F04 e F05,
respectivamente. A semeadura em solo infestado com P. irregulare apresentou o
maior valor para TPRE e o menor para EME, 90,48 e 9,52%, respectivamente. Para
TPRE, os outros isolados não diferiram estatisticamente entre si (Tukey; P=0,05).
O gênero Pythium está entre os principais agentes causais de tombamento
em diferentes espécies de plantas hospedeiras (BEDENDO, 2011a). Espécies
fitopatogênicas deste gênero afetam, principalmente, sementes e plântulas jovens,
como verificado em campos de cultivo de algodão (HOWELL, 2002), culturas florais
34
(MOORMAN et al., 2002), milho e soja (ZHANG; YANG, 2000), e diversas outras
culturas, principalmente em pré-emergência. Em trabalhos com o patossistema
algodão X Pythium spp., por exemplo, o tombamento de pré-emergência chegou a
100% em vários testes desenvolvidos (HOWELL, 2002). Embora, espécies de
Fusarium possam afetar diretamente as sementes e plântulas, seus efeitos são mais
perceptíveis em pós-emergência, em especial, para os que colonizam o sistema
vascular (BEDENDO, 2011).
Figura 1- Valores médios de variáveis utilizadas para estimar a virulência de isolados fúngicos
causadores de podridão de raiz e colo em coentro. F01 = Fusarium inflexum, F02 = F. lacertarum,
F03 = F. inflexum, F04 = F. falciforme, F05 = F. inflexum, R = Rhizoctonia solani e P = Pythium
irregulare. As letras dentro dos círculos no canto superior direito de cada gráfico indica a variável
estudada: A – Tombamento de Pré-emergência (TPRE); B – Emergência (EME); C – Tombamento de
Pós-emergência (TPOS); D – Incidência (INC); E – Massa fresca total (MFT); F – Massa fresca/planta
(MFP), G - Altura de plantas (ALT) e H - Severidade (SEV). Em cada gráfico, colunas com uma
mesma letra não diferem entre si (Tukey;P=0,05).
Fonte: autor, 2017.
35
Para TPOS houve diferença significativa entre os isolados de P. irregulare, R.
solani, F01, F02, F03, F04 e F05, cujos percentuais de plântulas mortas foi de 1,42,
22,86,16,19, 5,24, 12,86, 52,38 e 26,19%, respectivamente (Fig. 1C). Para esta
variável P. irregulare e F02 apresentaram os menores valores 1,42 e 5%. No solo
infestado com P. irregulare o número de plântulas que emergiram foi baixo,
consequentemente, restaram poucos indivíduos para que a morte após a
emergência ocorresse. R. solani e F05 apresentaram situação intermediária que não
diferiram dos isolados F01 e F03, que apresentaram 16,19 e 12,86%,
respectivamente.
O isolado F04 apresentou o maior valor de TPOS, 52,38%, evidenciando sua
virulência em pós-emergência. Este isolado, F. falciforme, pertence ao complexo
solani, reconhecido por sua inespecificidade e virulência a diferentes espécies de
plantas. Os demais isolados de Fusarium pertencem a outros complexos.
F. lacertarum foi associado à murcha de pinheiros de Casuarina equisetifolia
no Rio Grande do Sul (POLETTO et al., 2015). É possível que essa espécie possua
pouca habilidade patogênica ao coentro, ou ainda, seu efeito esteja ligado à
colonização de feixes vasculares, atuando de forma mais branda sobre sementes e
plântulas.
A variável INC (Fig. 1D) corresponde às plantas que morreram durante o ciclo
de avaliações somadas as plantas que apresentaram necrose nas raízes ou no colo
ao fim do ciclo. Esta variável apresentou valores entre 1,43 a 78,1%, para P.
irregulare e F04, respectivamente. A MF (Fig. 1E) variou de 7,25 a 57,97g, sendo os
menores valores associados à semeadura em solo inoculado com P. irregulare e
F04 com 7,25 e 10,5g, respectivamente. A baixa incidência para P. irregulare é
reflexo do menor número de plantas sobreviventes e foi verificado, de modo geral,
que plantas adultas não são afetadas por este isolado. Entre todos os isolados, o
F04 foi o que a apresentou a maior incidência e o segundo menor valor de massa
fresca 10,5g, as plantas cultivadas no solo infestado com este isolado, se
apresentaram atrofiadas e com sistema radicular comprometido.
36
A MFP (Fig. 1F), variável que corresponde a massa fresca total dividida pelo
número de plantas sobreviventes, variou de 0,44 a 1,41g para F04 e P. irregulare,
respectivamente. Como citado anteriormente, foi constatado que as plantas
crescidas em solo infestado por F04 tiveram maior comprometimento de raízes e
encurtamento do caule com pouca produção de folhagens, o que é refletido pelo
baixo peso por planta. Para P. irregulare foi mensurado o maior peso. Para este
isolado a sua atuação como patógeno em pós-emergência foi menor (Fig. 1C-E) e,
portanto, as plantas que conseguiram chegar até o final do ciclo competiram menos
entre si por água, luz e nutrientes.
Para ALT (Fig. 1G), obtida através da mensuração da planta a partir do colo
até a última folha, sem as raízes, os valores médios foram 12,76, 14,97,15,18,
14,05, 12,40, 13,38, 6,03 e 14,79cm, para P. irregulare, R. solani, F01, F02, F03,
F04, F05 e solo estéril, respectivamente. Apenas F04 diferiu dos demais isolados
(Tukey; P=0,05). Para SEV (Fig. 1H), variável que integra tombamento de pré e pósemergência e plantas sintomáticas, foi estimada diferença significativa de valores
entre os isolados. A SEV estimada foi de 3,74, 1,73,1,65, 1,18, 1,71, 2,86 e 1,63,
para P. irregulare, R. solani, F01, F02, F03, F04 e F05, respectivamente. Os valores
de P. irregulare e F04 diferiram entre si mas foram, ambas, significativamente
maiores do que as dos demais isolados (Tukey; P=0,05). A equação utilizada para
calcular a severidade dá uma importância decrescente para a ocorrência de
tombamento pré-emergência, tombamento pós-emergência, plantas vivas ao final do
ciclo (mas doentes e plantas sadias). Logo, a diferença detectada para P. irregulare
e F04 é reflexo da maior atuação em pré-emergência e pós-emergência,
respectivamente, destes isolados.
Houve correlação positiva entre INC e TPOS (r=0,98; Pearson, p=0,10). Foi
verificado, visualmente, que muitas plantas emitiram novas raízes, numa tentativa de
restabelecer o sistema radicular. Porém, raízes danificadas implicam em uma menor
produção de biomassa, evidenciado pela correlação negativa entre INC e ALT (r=0,76) e MFT (r=-0,74). O isolado F04 apresentou a menor altura de plantas, sendo
significativamente inferior aos demais isolados com média de 6 cm (Fig. 1G). Isso,
consequentemente, resultou em uma menor produção de massa fresca total, 10,5g
(Fig. 1F). Para MFP, P. irregulare apresentou o maior valor, 1,41g. No entanto, esse
resultado superior não é reflexo de um bom desempenho. Isso pode ser explicado
37
pelo fato de que, tendo a parcela um menor número de plantas, houve uma menor
competição e um maior aproveitamento de luz e de nutrientes presentes no solo.
Durante a condução deste trabalho foi possível perceber a complexidade das
doenças no campo, onde o solo infestado por diferentes agentes expressam
diferentes reações nas plantas e, consequentemente, diferentes sintomas. Ao
analisar a virulência de cada isolado, separadamente, é possível notar que cada um
tem o seu principal efeito evidenciado em determinadas fases da cultura. Para
Pythium, foi observada maior influência na fase de germinação e pré-emergência da
cultura. Para Rhizoctonia, seu efeito foi detectado na pré e pós-emergência. Para
Fusarium, seu efeito foi mais evidente na pós-emergência, causando murchas e
podridões de raízes.
4.3 Avaliação do efeito dos isolados patogênicos em variedades
comerciais de coentro
As plântulas de coentro possuem os tecidos iniciais muito tenros, com
caulículo muito fino e as observações devem ser diárias a partir do surgimento das
primeiras plantas que emergem, pois a evolução do tombamento pós-emergência é
muito rápido.
Entre as variáveis analisadas, houve interação entre os fatores isolados
versus variedades para EME, TPRE e TPOS (P<0,05). Para as demais variáveis,
não foi necessário o desdobramento.
Analisando os efeitos do tombamento de pré-emergência (Tabela 5) das
variedades sobre os isolados foi verificada tendência de P. irregulare e R. solani
serem mais virulentos que os demais isolados em todas as variedades. No entanto,
não houve diferença significativa para a maioria das variedades. O isolado F02, teve
o menor efeito para esta variável em todas as variedades testadas. Ao avaliar os
isolados dentro das variedades é verificada uma homogeneidade entre as
variedades. A variedade Verdão (Isla) apresentou os menores valores para a maioria
dos isolados de Fusarium.
Os isolados de P. irregulare, R. solani e F04, destacaram-se como os que
influenciaram negativamente a emergência para a maioria das variedades. Já o
isolado F02 teve a menor influência para emergência em todas as variedades
38
testadas, permitindo maior emergência de plântulas. Ao avaliar os isolados dentro
das variedades foi verificada uma constante homogeneidade dos percentuais de
emergência entre as variedades, ou seja, o isolado tende a ter a mesma virulência
para todas as variedades.
Tabela 4 - Emergência de plântulas de coentro de diferentes variedades semeadas em solo infestado
com inóculo de fungos causadores de podridão de colo e raiz.
Variedades/empresa
comercializadora
Verdão/Isla
Verdão/Hort
Verdão Super
Rei
Tabocas
Tapacurá
Português Super
HTV Dom Luiz
Emergência (%)
Isolados*
F01
F02
F03
F04
F05
R
92,37 aA
99,42 aA 100 aA 89,69 aA
90,65 aA 75,38 aA
42,74 bBC
86,32 aA 70,08 aAB 36,75 abCD 75,21 aAB 11,97 bD
abAB
79,68
96,76 aA 84,89 aAB 77,52 abAB 90,29 aAB 36,69 abB
66,93 abAB 88,78 aA 81,89 aA 32,28 bB
92,52 aA 26,77 bB
59,35 abAB
100 aA 79,47 aAB 57,72 abAB 81,30 aAB 34,15 abB
60,60 abABC 89,31 aA 75,56 aAB 26,12 bBC 83,98 aAB 14,32 bC
71,47 abAB 84,44 aA 70,76 aAB 71,47 abAB 88,45 aA 36,09 abB
88,48 aAB
100 aA 85,87 aAB 42,61 abB 96,74 aA 46,09 abB
P
29,77 aB
53,85 aABC
40,83 aB
59,65 aAB
49,39 aAB
36,80 aABC
36,09 aB
53,08 aAB
Fonte: autor, 2017.
Para cada variedade as médias foram padronizadas em relação a sua respectiva testemunha (cujo semeio
ocorreu em solo não infestado), sendo número de plântulas emergidas na testemunha considerado 100%.
Médias seguidas de, pelo menos, uma letra minúscula igual não diferem entre si na coluna e de, pelo menos,
uma letra maiúscula igual não diferem entre si na linha (Tukey;P=0,05)
*
F01 = Fusarium inflexum, F02 = F. lacertarum, F03 = F. inflexum, F04 = F. falciforme, F05 = F. inflexum, R =
Rhizoctonia solani e P = Pythium irregulare.
O tombamento de pós-emergência (tabela 6) foi afetado, principalmente,
pelos isolados de R. solani e F04 com percentual máximo de 30,53 e 38,17%,
respectivamente, ocorrido na variedade Verdão – Isla. As variedades Verdão super,
Rei e Tapacurá, não apresentaram diferença entre os isolados (P=0,05). Ao analisar
a influência dos isolado dentro das variedades, não foi detectado diferença entre as
variedades quando submetidas a solo infestado com: F02, F05, R. solani e P.
irregulare, ou seja, independente do percentual de mortes de plantas há uma
tendência de homogeneidade entre as variedades. A variedade Português Super
apresentou maior susceptibilidade para os isolados F01 e F03, ambos F. inflexum –
complexo oxysporum. É possível que a variedade tenha sido afetada pela
adaptabilidade, uma vez que, nesse período, esta variedade é indicada para regiões
Sul e Sudeste do Brasil, o que pode ter predisposto para o ataque deste patógeno.
Para INC, houve diferença significativa entre os isolados, mas não entre as
variedades (Fig. 2A-B). As médias entre isolados variaram entre 29,9 e 86,73% para
F05 e P. irregulare, respectivamente. O isolado de P. irregulare, R. solani e F04 não
diferiram e apresentaram os maiores valores de incidência: 86,73, 81,27 e 71,84%,
39
respectivamente. Os menores percentuais de incidência foram verificados para F02
e F05 com 22,34 e 29,9%, respectivamente. Esses grupos pertencem aos
complexos incarnatum-equiseti e oxysporum, respectivamente. A incidência média
entre as variedades variou de 47,9 a 68,59% para Dom Luiz e Português super,
respectivamente.
Tabela 5 - Tombamento pré-emergência de plântulas de coentro de diferentes variedades semeadas
em solo infestado com inóculo de fungos causadores de podridão de colo e raiz.
Variedades/empresa
comercializadora
Verdão/Isla
Verdão/Hort
Verdão Super
Rei
Tabocas
Tapacurá
Português Super
HTV Dom Luiz
Tombamento pré-mergência (%)
Isolados*
F01
F02
F03
F04
F05
R
P
7,63 bB
0,57 aB
0 aB 10,31 bB
9,35 aB 24,62 bB 70,23 aA
57,26 aABC 13,67 aD 29,91 aBD 63,25 abAB 24,79 aBD 88,03 aA 46,15 aBC
20,32 abAB
3,24 aB 15,11 aAB 22,48 abAB 9,71 aAB 63,31 abA 50,17 aA
33,07 abAB 11,22 aB 18,11 aB 67,72 aA
7,48 aB 73,23 aA 40,35 aAB
40,65 abAB
0 aB 20,53 aAB 42,28 abAB 18,7 aAB 65,85 abA 50,61 aAB
39,33 abABC 10,68 aC 24,44 aBC 73,88 aAB 16,02 aBC 85,68 aA 63,2 aABC
28,53 abAB 15,56 aB 29,24 aAB 28,53 abAB 11,55 aB 63,91 abA 63,91 aA
11,52 bAB
0 aB 14,13 aAB 57,39 abA
3,26 aB 53,91 abA 46,96 aAB
Fonte: autor, 2017.
Para cada variedade as médias foram padronizadas em relação a sua respectiva testemunha (cujo semeio
ocorreu em solo não infestado), sendo número de plântulas emergidas na testemunha considerado 100%.
Médias seguidas de, pelo menos, uma letra minúscula igual não diferem entre si na coluna e de, pelo menos,
uma letra maiúscula igual não diferem entre si na linha (Tukey;P=0,05)
*
F01 = Fusarium inflexum, F02 = F. lacertarum, F03 = F. inflexum, F04 = F. falciforme, F05 = F.
inflexum, R = Rhizoctonia solani e P = Pythium irregulare.
Tabela 6 - Tombamento pós-emergênciade plântulas de coentro de diferentes variedades semeadas
em solo infestado com inóculo de fungos causadores de podridão de colo e raiz.
Variedades/empresa
comercializadora
Verdão/Isla
Verdão/Hort
Verdão Super
Rei
Tabocas
Tapacurá
Português Super
HTV Dom Luiz
Tombamento pós-emergência (%)
*
Isolados
F01
F02
F03
F04
F05
R
P
10,69 bAB 1,53 aB 12,21 bAB 38,17 aA
9,92 aAB 30,53 aAB
9,16 aAB
4,27 bB
0 aB 5,13 bB 17,95 abA
3,42 aB
5,13 aB
5,98 aAB
5,04 bA
0 aA 4,32 bA
9,35 abA
7,19 aA
10,07 aA
10,07 aA
3,94 bA
0 aA 7,87 bA
4,72 bA
0,79 aA
8,66 aA
5,51 aA
4,88 bAB
0 aB 4,06 bAB 13,01 abAB 4,88 aAB 21,14 aA
9,76 aAB
11,38 abA 1,63 aA 9,76 bA
3,25 bA
7,32 aA
4,88 aA
3,25 aA
28,30 aAB 2,12 aC 29,72 aA 12,03 abABC 18,4 aABC 10,61 aABC 4,95 aBC
13,04 abAB 1,74 aB 4,35 bAB 5,22 bAB
9,56 aAB 22,61 aA
7,83 aAB
Fonte: autor, 2017.
Para cada variedade as médias foram padronizadas em relação a sua respectiva testemunha (cujo semeio
ocorreu em solo não infestado), sendo número de plântulas emergidas na testemunha considerado 100%.
Médias seguidas de, pelo menos, uma letra minúscula igual não diferem entre si na coluna e de, pelo menos,
uma letra maiúscula igual não diferem entre si na linha (Tukey;P=0,05)
F01 = Fusarium inflexum, F02 = F. lacertarum, F03 = F. inflexum, F04 = F. falciforme, F05 = F. inflexum, R =
Rhizoctonia solani e P = Pythium irregulare.
A MFT variou entre os isolados e entre as variedades (Tukey; P=0,05)
(Fig.2C, D). Para os patógenos variou de 5,53 a 18g, apresentando os piores
40
resultados para os isolados de P. irregulare e R. solani, com 5,53 e 7,22g
respectivamente. Os isolados que permitiram a maior produção de massa fresca
foram: F02,F03 e F05 com 18, 14,01 e 15,27g, respectivamente. Para as
variedades, a massa fresca apresentou os seguintes valores: 15,26, 11,7, 16,18,
10,56, 12,71, 9,46, 7,75 e 10,91g, para: Verdão - Isla, Verdão – Hortivale, Verdão
Super - Isla, Rei - Feltrin, Tabocas - Hortivale, Tapacurá - Hortivale, Português Super
- Isla e HTV Dom Luiz - Hortivale, respectivamente.
Figura 2- Valores médios de variáveis quantificadas para estimar o efeito de diferentes
isolados fúngicos patogênicos sobre variedades de coentro (gráficos à esquerda da figura) e
a suscetibilidade de variedades de coentro a podridão de raiz e colo causada por diferentes
isolados (gráficos à direita) F01 = Fusarium inflexum, F02 = F. lacertarum, F03 = F. inflexum,
F04 = F. falciforme, F05 = F. inflexum, R = Rhizoctonia solani e P = Pythium irregulare. Em
cada gráfico, colunas com uma mesma letra não diferem entre si (Tukey;P=0,05) .
Fonte: autor, 2017.
A maior produtividade de biomassa foi obtida pela variedade Verdão super,
que não diferiu dos dois lotes de Verdão, Tabocas, Rei e Dom Luiz. A variedade
Português super obteve o menor rendimento de massa fresca, 7,75g, seguida por
Tapacurá com 9,46g. Essa menor produção deve ser atribuída a pouca
adaptabilidade
climática
dessas
variedades,
que
durante
a
época
de
desenvolvimento deste trabalho, as mesmas são indicadas para regiões do sul e
sudeste do Brasil. A variedade Verdão super, superou a Português super em mais
41
de 200% e, embora com números inferiores, a Verdão das duas marcas comerciais
testadas, não diferiu da Verdão super (Tukey; p=0,05). Esta é comercializada como
tolerante e a Português super como resistente a patógenos radiculares. Entretanto, a
empresa não informa os grupos ou espécies de patógenos as quais essas
variedades apresentam resistência.
Para ALT houve diferença para isolados e para as variedades (Tukey;
P=0,05) (Fig. 2E-F). Para os isolados a altura variou de 9,23 a 13,58 cm, para P.
irregulare e F02, respectivamente. As menores alturas foram verificadas para P.
irregulare e F04 que apresentaram 9,23 e 9,66, respectivamente. O isolado que
permitiu maior altura de plantas foi o isolado F02 média de 13,58 cm. Os isolados
F01, F03 e F05, do complexo oxysporum, apresentaram 12,68,12,97 e 12,65cm,
respectivamente, não diferindo de R. solani com 12,3cm. As variedades
apresentaram médias de altura de 12,21; 13,07; 13,6; 11,22; 12,21; 11,27; 10,55 e
11,01cm para Verdão - Isla, Verdão – Hortivale, Verdão Super - Isla, Rei - Feltrin,
Tabocas Hortivale, Tapacurá - Hortivale, Português Super - Isla e HTV Dom Luiz –
Hortivale, respectivamente.
A SEV foi influenciada apenas pelos isolados, que apresentaram as seguintes
notas: 3,08; 3,29; 1,64; 2,80; 1,99; 1,38 e 2,29, para P. irregulare, R. solani, F05,
F04, F03, F02 e F01respectivamente (Fig. 2G-H). O isolado de R. solani, apresentou
a maior severidade, não diferindo de P. irregulare (Fig. 2G). Este, por sua vez, não
diferiu de F04. Os três isolados de F. inflexum (complexo oxysporum) apresentaram
diferenças significativas para todas as variáveis analisadas. Esses isolados foram
obtidos de áreas distintas e características do solo ou manejo podem estar
influenciando, de diferentes formas, a sua população. Esses resultados evidenciam
a variabilidade dentro de uma mesma espécie.
As variedades se encontram em um mesmo patamar de resistência, para a
variável severidade (Fig. 2H), variando de 2,09 a 2,49, de acordo com a escala de
notas. De modo geral, a busca por genótipos resistentes para qualquer doença inicia
com materiais já cultivados, pois estes já possuem as características agronômicas
desejadas. No entanto, em virtude da domesticação, genes que poderiam conferir
resistência podem ter sido perdidos durante as etapas de melhoramento, pois o
processo de seleção muitas vezes é direcionado para outras características de
42
interesse (LIMA et al., 2005). É o caso da variedade Verdão, obtida na década de
1980, a partir de cruzamentos com linhagens da variedade Nacional Palmeira. Este
cruzamento tinha por objetivo a resistência a doenças foliares como antracnose e
alternariose (ISLA, 2003). A variedade Nacional Palmeira ainda é comercializada
pela Feltrin, mas não havia disponibilidade de sementes durante o desenvolvimento
deste trabalho e, consequentemente, ela não foi avaliada. Na Índia, a principal
doença radicular para a cultura do coentro é a murcha de Fusarium, atribuída a
Fusarium oxysporum f. sp. corianderii, e os agricultores tem como principal
ferramenta de manejo a utilização de variedades tolerantes ou resistentes como as
variedades CS287 e Karan aliadas a microbiolização com Trichoderma harzianum
(ÍNDIA, 2014).
Espécies de Pythium são responsáveis por morte de plântulas em diferentes
culturas agrícolas (BEDENDO, 2011a). Avaliações envolvendo 22 variedades de
algodão detectou apenas sete com alguma resistência. Destas, apenas duas não
apresentaram mortes de plantas em três repetições do teste (HOWELL, 2002).
Testes com Pythium myriotylum e bulbos de Caladium (Caladium x hortulanum),
observou que em 23 variedades comerciais apenas três apresentaram níveis
moderados de resistência, as demais foram suscetíveis ou altamente suscetíveis
perdendo mais de 94% da massa de raízes (DENG et al., 2005).
A Índia, um dos maiores produtores mundiais de coentro, classifica
Rhizoctonia solani e Pythium sulcatum Pratte Mitchell como patógenos de
importância regional, enquanto Fusarium oxysporum f. sp. corianderii (FOC) de
importância nacional. FOC é tratada como causadora de murcha, desencadeando
esterilidade de flores e má formação de sementes. Porém, quando a infecção é
grave, já no estágio inicial, resulta em grandes falhas de estande, característica de
tombamento de plântulas, levando ao total comprometimento da cultura (ÍNDIA,
2014).
Na maioria dos campos de cultivo, foi verificada constante infestação pelo
inseto conhecido por paquinha ou cachorrinho-d’água (Neocurtilla hexadactyla Perty,
1832 e Scapteriscus spp.), a interferência causada por este inseto, pode favorecer a
infecção por patógenos. Neste caso, espécies que se mostraram menos virulentas
para as variáveis avaliadas neste teste, podem ter seus efeitos aumentados devido à
43
ação sinérgica destes insetos e os patógenos habitantes do solo, no momento em
que se alimenta e lesiona raízes. Trabalho com Sclerotium rolfsii e pimentão não
verificou interferência do ataque de paquinhas na incidência da doença (NETTO et
al., 2013). No entanto, esse fenômeno não deve ser ignorado em futuros trabalhos.
4.4 Efeito da desinfestação de solo pelo uso de energia solar no
controle de podridão de raiz e colo em coentro
Foram verificados diferentes sintomas, em plantas da mesma parcela,
variando entre a descoloração foliar, murcha e necroses iniciais seguida da morte da
plântula. Durante a desinfestação a temperatura média do solo dentro do coletor
solar foi de 60o C, com extremos de 53 e 70ºC. As avaliações seguiram o mesmo
roteiro dos demais testes.
Para todas as variáveis foi detectado efeito significativo a partir do 3º dia de
permanência no coletor solar. O resultado difere do encontrado por Ghini (1993),
que utilizando condições artificiais concluiu que um único dia de permanência no
coletor solar é suficiente para desinfestar solo com Sclerotium rolfsii, Sclerotinia
sclerotiorum, Fusarium solani f. sp. phaseoli e Pythium aphanidermatum. A
temperatura já alcançada dentro de um coletor solar foi de 80º C (GHINI, 2004), no
entanto, na condução deste trabalho a temperatura máxima alcançada foi 70º C. Nos
tratamento de um e dois dias a temperatura máxima foi 53,5 e 56ºC,
respectivamente, provavelmente devido a nebulosidade nestes dias de avaliação,
estas temperaturas foram insuficientes para neutralizar os patógenos presentes no
solo destes tratamentos. No entanto, em um único dia de temperatura acima de 70º
C pode ser suficiente para eliminar estes patógenos.
Foram realizados isolamentos, a partir de colo e raízes com sintomas da
doença, de plantas cultivadas no solo não tratado pelo coletor solar. E, através de
aspectos morfológicos, foi verificado que os principais agentes associados eram dos
gêneros Rhizoctonia e Fusarium. Possivelmente, mais de uma espécie de Fusarium
está presente nesta área, devido à diversidade de cor e morfologia de colônias
crescidas em meio BDA. Não foi detectada a presença de Pythium nestes
isolamentos.
O TPRE variou de 38,9 a 0,64%, para os tratamentos 2 e 5 dias de exposição
no coletor, respectivamente (Fig. 3A). Os tratamentos 0, 3, 4, 5 e 6 dias de
44
exposição não diferiram. Foi observada maior quantidade de tombamento préemergência no solo acondicionado por um e dois dias no coletor quando comparado
com o solo não exposto. Na solarização do solo as temperaturas médias estão entre
40 e 50º C e se faz necessário entre 30 e 60 dias para obter o controle dos
patógenos (KATAN, 1999), é possível que a temperatura elevada por um e dois dias
tenha influenciado positivamente os patógenos presentes no solo. No entanto,
estudo simulando o efeito da solarização no campo com incrementos de um
formulado de Brassica carinata, verificou que mesmo em regimes de temperaturas
sub-ótimas por sete dias, proporcionaram resultados vantajosos em termos de
controle de doença para os patossistemas rúcula Fusarium oxysporum f.sp.
conglutinans e manjericão F. oxysporum f. sp. basilici (GILARDI et al., 2014).
Considerando como referência o tratamento 0, solo sem exposição ao calor
dentro do coletor solar, houve redução de 65% no tombamento de pós-emergência
(Fig. 3B) no 1º dia de tratamento e de 90% a partir do 3º dia. Trabalho realizado
utilizando coletor solar com tubos de 10 cm de diâmetro para desinfestação de
Phytophthora parasitica em substrato para mudas de citros, verificou 100% de
sobrevivência com apenas um dia de tratamento no coletor solar, para a maioria das
variáveis analisadas os resultados não diferiram do solo não inoculado (MIO et al.,
2002). O uso do coletor solar para tratamento de solo infestado com Phytophthora
palmivora aumentou a sobrevivência de mudas de mamoeiro variedade Sunrise solo
(CARNAÚBA, 2006).
Figura 3. Valores médios de TPRE e TPOS da podridão de raiz e colo em coentro semeado
em solo tratado com coletor solar. Em cada gráfico, pontos com uma mesma letra não
diferem entre si (Tukey;P=0,05).
Fonte: autor, 2017.
A única variável que apresentou diferença significativa em todos os
tratamentos foi a INC (Fig. 4A). Para ela, o solo tratado por 6 dias apresentou o
menor número de plantas acometidas pela doença, apenas 10%. Essa, também foi a
45
única variável em que o solo tratado por 3 dias (INC=27%) diferiu significativamente
dos tratamentos com maior tempo de exposição, tendo forte correlação negativa
entre importantes variáveis agronômicas como a produção de massa fresca e altura
de plantas r = -0,81 (P=0,02) e r = -0,89 (P=0,01), respectivamente.
Para massa fresca total (Fig. 4B) e a altura de plantas (Fig. 4D) houve
acréscimo superior a 300 e 70%, respectivamente, a partir do 3 o dia de tratamento.
Altura, incidência e massa fresca diferiram estatisticamente da testemunha, com
apenas um dia de exposição ao coletor solar. O tratamento de substrato com coletor
solar para P. parasítica permitiu a produção de biomassa igual a da testemunha
plantada em solo sem inoculação, o mesmo ocorreu para a variedade altura de
plantas (MIO et al., 2002).
A massa fresca/planta (Fig. 4C) variou de 0,20 a 0,80g para o solo com 0 e 4
dias de tratamento. O maior peso individual para o tratamento 4 foi devido um menor
estande final, apenas 47 plantas enquanto para os tratamento 3, 5 e 6 dias o maior
numero de plantas, 54, 58 e 56 plantas, respectivamente.
Figura 4. Valores médios de Incidência, massa fresca total, massa fresca/planta, altura,
estande final e severidade de plantas de coentro cultivadas em solo proveniente de área de
cultivo comercial, naturalmente infestado com patógenos radiculares, submetido a diferentes
períodos de permanência em coletor solar (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 dias) para desinfestação. Em
cada gráfico, pontos com uma mesma letra não diferem entre si (Tukey;P=0,05).
Fonte: autor, 2017.
46
O estande final (Fig. 4-E), o qual variou de 27 a 58 plantas, teve incrementos
de 200% a partir do 3º dia de tratamento no coletor solar. Fato semelhante é
verificado na variável matéria fresca que passou de 5g no solo sem tratamento, para
30-40 gramas entre o 3º e o 6º dia de tratamento. O maior número de plantas sem
comprometimento das raízes resultou em uma maior produção de biomassa,
evidenciados pela forte correlação entre essas duas variáveis, 0,94 (P<0,01).
Para severidade (Fig. 4-F), embora tenha ocorrido variação entre os dias de
tratamento com as seguintes notas: 2,88; 3,01; 2,91; 2,09; 2,25; 1,86 e 1,92, para 0,
1, 2, 3, 4, 5 e 6 dias, respectivamente, o solo sem tratamento não diferiu do solo
tratado por 1 ou 2 dias. E, embora a severidade da doença tenha reduzido com os
dias de tratamento não houve diferença significativa entre os tratamentos com 3, 4, 5
ou 6 dias de tratamento. Possivelmente, esta diferença esteja ligada a temperatura
atingida nos tratamentos com um ou dois dias de exposição, máximo de 56º C, com
esta temperatura o tempo de exposição deverá ser maior para que seja obtida a
inativação dos propágulos (BEDENDO et al., 2011b).
Temperaturas sub-letais para os antagonistas enfraquecem os propágulos
dos patógenos, que são facilmente colonizados pelos antagonistas, contribuindo
para a redução do inóculo (GHINI, 1997). É possível que os efeitos da desinfestação
com coletor solar sejam ainda maiores para este patossistema caso o plantio não
seja realizado imediatamente após o tratamento, como ocorreu nesse teste. Esse
pousio permitiria uma maior ação por parte dos microrganismos antagonistas, ou
ainda, os efeitos seriam maiores em um segundo ciclo. Colonizar o solo com
antagonistas pode ser potencialmente benéfico como estratégia de manejo.
47
5 CONCLUSÕES
Os isolados diferem em virulência;
O isolado com maior virulência foi Pythium irregulare;
As variedades se encontram em um mesmo nível de resistência para todas as
espécies fitopatogênicas estudadas;
O uso do coletor solar foi eficiente para reduzir a podridão de raiz e colo, e o
tombamento.
48
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