Contexto do Curso
A observação do contexto histórico mostra que a Agrimensura, em sua forma elementar, é tão antiga como a história da civilização. Investigações realizadas pelos arqueólogos mostram que os babilônios praticavam a Agrimensura em suas obras há cerca de 2.500 a.C., conforme registros achados em argila, onde se faz referência aos levantamentos das cidades, que tinham traçados de ruas e construções de estradas. Os mesmos registros mostram que o rei Nabucodonosor construiu, dentre outras, o maior reservatório de que se tem conhecimento na história. Heródoto faz referência ao uso da Agrimensura em 1.400 a.C. no Egito. Os gregos nos legaram várias obras de aplicação da topografia, como o traçado de cidades com suas sólidas construções, a exemplo de teatros para 5.000 espectadores e ruas com divisão entre as casas, como a cidade de Ampurias do III século a.C. A contribuição dos Romanos na aplicação da Agrimensura é muito vasta: construção de estradas, edifícios públicos destinados aos jogos e traçado das cidades por coordenadas retangulares, onde os técnicos em topografia da época usavam a Groma para medir ângulo de 90o. Ainda pode-se destacar a aplicação da Agrimensura nas atividades dos povos indígenas das Américas, como demonstram as ruínas de Machu Picchu (Peru), bem como registros construtivos na Guatemala e no México. No Brasil, a primeira tentativa de Levantamento Sistemático remonta a 1873, com a criação da Comissão da Carta Geral do Império. Em 1896, decidiu-se pela elaboração da Carta Geral do Brasil, a cargo do Estado-Maior do Exército. Em 1936 foi criado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na época, preocupado com questões geográficas e estatísticas. Em 1944 foi constituído no IBGE, o Conselho Nacional de Geografia (CNG), contendo uma divisão de Geodésia e Topografia. Percebe-se que a necessidade em conhecer, ocupar e explorar o território está presente na história humana. Nesta esfera, destaca-se a preocupação em representar graficamente a superfície terrestre. Atualmente, o mapa é considerado como ferramenta essencial no entendimento dos fenômenos espaciais e tem sido utilizado como informação em estudos de diferentes áreas do conhecimento e como subsídio nas atividades de gestão. O mapeamento da superfície, permitindo o conhecimento detalhado, guarda estreita relação com o desenvolvimento socioeconômico de uma região. No Brasil, há uma necessidade crescente de profissionais com habilidades em mensuração e representação/mapeamento da superfície terrestre, que envolve conhecimentos de topografia, hidrografia, geodésia, metrologia, astronomia, fotogrametria, sensoriamento remoto e estatística. Este fato se deve pela necessidade de subsídios seguros que amparem as atividades de gestão nos mais diversos setores, que, a exemplo, cita-se a solução de problemas com o meio ambiente. Em associação, as atividades de planejar os espaços físicos, tornar o saneamento eficiente, executar projetos inteligentes de engenharia, racionalizar a agricultura, proteger o meio ambiente, solucionar litígios que envolvem a questão do domínio e posse da terra, são atividades multiprofissionais e completamente atendidas pelo Engenheiro Agrimensor. O Engenheiro Agrimensor debruça-se em estudar as técnicas de mensuração, processamento, armazenamento, representação e análise de dados associados à superfície terrestre e aperfeiçoa-se na utilização e desenvolvimento das geotecnologias, que aprimoram essas atividades. Estes aspectos permitem a capacitação deste profissional nas atividades de mensuração e mapeamento. Devido às dimensões gigantescas do território brasileiro e seu crescimento socioeconômico, associados ao pequeno número de instituições que formam o Engenheiro Agrimensor, há uma carência deste profissional para o atendimento, dentre outras, da demanda: 1) nas diversas obras de infraestrutura e em questões agrárias; 2) no mapeamento sistemático em várias regiões do país; 3) na implantação e atualização de sistemas cadastrais territoriais em área rural (Lei 10.267/2001 – georreferenciamento de imóveis rurais) e urbana (Estatuto das Cidades e Planos Diretores Municipais) e 4) na construção de sistemas de informações georreferenciadas voltados a subsidiar projetos e atividades de gestão em diversos segmentos, como exemplo, apoio a obras das engenharias e gerenciamento ambiental. Estes aspectos justificam a formação do Engenheiro Agrimensor, capacitado tanto no desenvolvimento de atividades comuns das Engenharias, como nas específicas da Agrimensura, atendendo assim, as demandas estabelecidas para o crescimento/desenvolvimento do Brasil. Associado 10 a este aspecto também é importante mencionar a crescente demanda por engenheiros no Brasil. É nesta perspectiva, pode-se afirmar que a criação do Curso de Graduação em Engenharia de Agrimensura na UFAL proporciona a possibilidade para a formação de profissionais que poderão dar uma importante contribuição para o desenvolvimento de Alagoas, através da atuação destes profissionais em órgãos e empresas públicas e privadas que atuam nas mais diversas áreas que se relaciona com a mensuração e mapeamento da superfície, destacando-se sua importância, dentre outras, em obras de infraestrutura, que afloram por todo país. Assim, as expectativas do Colegiado do Curso de Engenharia de Agrimensura da UFAL sobre a importância e contribuição no atendimento das demandas nacionais são bastante positivas, já que o interesse por esta área de atuação vem crescendo tanto no Brasil como no exterior. O fato de haver poucos cursos de Engenharia de Agrimensura nas Instituições de Nível Superior aumentará o interesse da comunidade local e regional. Estes aspectos justificam a manutenção e atualizações do curso de Engenharia de Agrimensura da Universidade Federal de Alagoas.